CAMPANHA PEDE QUE O MINISTRO GILMAR MENDES DEVOLVA O PROCESSO QUE TRATA DO FINANCIMENTO DE CAMPANHAS ELEITORAIS
#PanelaçoGilmarDevolva
*Publicado por Luiz Flávio Gomes em
www.jusbrasil.com.br
Foram os próceres do PSDB que
aprovaram o financiamento empresarial (em 1997). Se é certo que quase todos os partidos se
beneficiaram dele, não menos verdadeiro é que foi o petucanato (PT +
PSDB), nos últimos 21 anos, o maior favorecido por essa forma de ladroagem do
dinheiro público pelas classes dominantes/reinantes (ou seja, pela
cleptocracia). “A proibição de
contribuição de pessoas jurídicas vai fazer florescer o caixa dois. Estamos
procurando sarna para nos coçar”, disse José Serra (O Globo18/3/15).
Segue essa linhagem o min. Gilmar Mendes, que no julgamento da Adin 4650,
promovida pela OAB, pediu vista do processo em 2/4/14 (e até hoje senta sobre
ele). Já
existem seis votos pela inconstitucionalidade do financiamento empresarial, que
é uma das formas vergonhosas de o poder econômico “comprar” o poder político,
para a preservação do seu domínio e da exploração.
O deputado
federal Jorge Solla (PT-BA) teria ingressado com representação no CNJ contra o
min. Gilmar Mendes que, sem justificativa objetiva, descumpre os prazos legais
para a devolução do processo. No regime republicano ninguém tem poderes
ilimitados. A cultura da legalidade se desvanece quando os juízes, por meio do
capricho e da chicana, fazem preponderar sua vontade particular em detrimento
da maioria democrática (que, no caso, já votou pela inconstitucionalidade do
financiamento empresarial, contemplado nas leis 9.504/97 e 9.096/95). O modelo de
financiamento empresarial vigente (disse o ministro Barroso, no Conjur), “é claramente
inconstitucional, porque antidemocrático e antirrepublicano (…) o modelo
permite que se pague o favor (doação em dinheiro) com dinheiro público
(contratos administrativos)”. Isso
acontece diariamente na nossa cleptocracia cartelizada (estampada no petrolão e
no trensalão-SP).
Já ninguém
ignora que o financiamento empresarial das campanhas eleitorais constitui uma
das fontes mais deploráveis da corrupção cleptocrata praticada pelas bandas podres
das classes dirigentes/reinantes (financeira, industrial, comercial, agrária e
política), que são os verdadeiros donos do poder estado-cêntrico. Estudo de
cientistas políticos de Boston e Califórnia
(divulgado pelo O Globo 7/5/11) revela que para cada real que as
empreiteiras “doam” nas campanhas eleitorais recebem retorno de R$ 8,5 reais.
Pior: vários delatores (Paulo Roberto Costa, desde logo) estão confirmando que
grande parte do dinheiro doado é fruto de corrupção. O dinheiro sujo é
declarado (“lavado”) como “doação eleitoral”. Há lavanderia eleitoral. Todos os
grandes partidos políticos estão mancomunados com alguns setores dos donos do
poder, que por meio das “doações” compram os mandatos dos políticos (que assim
se transformam em seus servos).
As
classes dominantes/reinantes (financeira, industrial, comercial, agrária e
política), com o poder do dinheiro, nunca permitiram
aqui mais que uma democracia puramente eleitoral (não cidadã). Mais: completamente viciada pelas ilegitimidades de origem (desigualdade
na concorrência eleitoral), de exercício (Estado governado de acordo com os
interesses dos dominantes) e de finalidade (construção de direitos precários,
ou seja, de uma cidadania pela metade). As desigualdades assim como
a assimetria de poder produzem e reproduzem os privilégios de classe,
assegurados, sobretudo, pelo financiamento empresarial (que as elites do atraso
querem preservar).
*LUIZ FLÁVIO GOMES. Jurista
e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto
Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a
1998) e Advogado (1999 a 2001). [assessoria de comunicação e imprensa +55 11
991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]
será que os abestados vão culpar a Dilma pelo começo da formação de quadrilhas no governo do tucano.
ResponderExcluir