O MOVIMENTO LITERÁRIO NA APA DOS MORROS GARAPENSES

      UM RELATO DA NOVA REALIDADE QUE COMEÇOU

                        “Sonho que se sonha em conjunto é a realidade que começa”

                          Sem dúvida o movimento literário na APA dos Morros Garapenses tornou-se uma realidade. O mesmo já é sentido nas personalidades que o vivem e se engajam na sua construção.                                     
                          Leiam este relato:
                          -No dia 6 de Maio, por volta das 10: 30 da noite, o  Corsa classic dirigido pelo esportista Alan Borges, filho do poeta Zé Borges furou o pneu na BR 135, distante uns 7 km da cidade de Santa Rita. Aliandro Borges, irmão do motorista e eu, logo sairmos na escuridão buscando pedras que servissem para sustentar o macaco no levantar o veículo no encostamento úmido. Depois do esforço preciso, o pneu furado é substituído e a viagem continua até Buriti, onde na manhã do dia 7, Aliandro participaria de uma Audiência sobre o piso salarial dos professores municipais, colhendo notícias para seu Blog Correio Buritiense, e eu estaria em Duque Bacelar preparando e recepcionando poetas, escritores, intelectuais, artistas e ambientalistas  da APA num encontro literário. Na tarde desse mesmo dia, em São Luis, estive com Aliandro Borges na sede do Jornal Pequeno em reunião com os poetas Alberico Cordeiro, Antonio Ailton e Bioqui Mesito, discutindo e pedindo apoio moral e intelectual  para o Movimento Artístico Literário na região dos Morros Garapenses, compreendendo que o sucesso do mesmo, intrinsecamente, se dará pelo apoio e diálogos com as personalidades literárias da capital e das demais regiões do Estado.Entretanto, discutíamos também que tal Movimento e o alcançar de seus objetivos só serão possíveis com a unidade e o trabalho coletivo dos talentos artísticos e literários locais. Desde modo, quando recebi o Carlos Machado, o mais famoso jornalista da região, vindo de Coelho Neto com sua equipe de TV para registrar o evento, onde  vendo o mesmo encontrar no recinto do Clube Pingo D’água o poeta popular  Chico Murici, o cronista Lázaro Matos, o ambientalista João Cesário e políticos como o Chico Carnaúba e José de Deus, percebo que a caminhada havia começado. Dentro  em pouco, mais  abamistas e conselheiros do CONAMG, vindos de Duque e Coelho Neto, como o Secretário-Executivo Gilson Moraes, que trouxera sua esposa Tereza, o Maestro Adelino e a cantora Raquel Santos, completando esses o quadro de personalidades do encontro. E mais dessas personalidades chegavam, os professores e compositores Antonio Araújo, Bené Gomes e Josué Araújo, esse representando a UEMA local. Enquanto todos chegavam, no microfone se declamavam versos de Lili Lago, Zé Borges, Vilmar Machado e Felipe Neres, ambos bons poetas regionais. Dois deles ausentes por compromissos pessoais e dois ausentes pelo abraço da morte.
                            Nisto é facultada a palavra para o cronista e também secretário de Cultura Lázaro Matos, que defendendo a importância do evento pede depois da sua fala para a ambientalista Noeme Rocha ler um texto em versos de sua autoria feito para a ocasião. Por sua vez, o poeta Chico Murici declama seus próprios versos, dizendo:

                                                          Quis encontrar companheiros
                                                           para não cantar sozinho.
                                                          Não encontrei nem pobre, nem rico,
                                                          nem homem culto, nem o filho do visinho.
                                                         Como não encontrei ninguém
                                                         Cantei com os passarinhos.

                                 Realmente, durante muitos anos esse poeta garapense cantou e viveu sua poesia solitário, num anonimato desestimulante. Porém, essa página branca cultural e existencial de sua vida é agora deixada pra trás, pois pretendemos escrever outras páginas com vivências poéticas e intelectuais, para o mesmo não cantar mais sozinho. Assim, como prova e demonstração deste acreditar meu, logo após o Murici declamar seus versos, chegou ao recinto uma equipe de acadêmicos de Letras, que futuramente poderão estudar os versos deste Patativa garapense, registrando que sim, valeu apena ele cantar solitário com passarinhos e com os homens também.
                                  No salão do Clube Pingo D’água um circulo grande de cadeiras plásticas fora organizado para os convidados sentirem o círculo grande de amizades regional que se passava conviver desde então com a realidade da APA dos Morros Garapenses. Tendo à direita deste circulo uma mesa com mostra de autores dos municípios de Buriti, Duque, Coelho Neto que já publicaram livros, comprovando a realidade de intelectualidade da região. E um varal de barbante com poemas de Elian e Eliram Sousa, Lulu, Abraão Ribeiro, Senhorinha, Moacir Viana, Felipe Neres, Chico Murici, Zé e Aliandro Borges, Vilmar e Francisco Carlos Machado, todos dos Morros Garapenses. Vez por outro, brisas do Parnaíba, tão presente e perto, balançavam esses poemas estimulando seus autores a publicá-los. ASSIM, enquanto não chegava à típica feijoada, uma nova rodada de poemas com a temática “Mãe” escritos por Lurdes Bacelar Viana, Felipe Neres, Vilmar e José Machado são declamados. O Seu Carnaúba ouvindo o poema “Dona Bernada”, em homenagem a sua mãe, se emociona e chora. A poesia estava cumprindo o seu papel de emocionar.
                                Chega então à esperada feijoada trazida pela ambientalista Noeme Rocha, que fora feita pela professora Rita Gomes. Organiza-se uma mesa em frente para colocar os tachos e pratos, e com fome os presentes se dirigem a mesa, servindo-se. Enquanto todos se deliciam (estava muito gostosa a feijoada), se ouvia como música ambiente versos de Drummond na voz do ator Paulo Autran. E o momento ficou bem melhor com barriga cheia; mais ainda com a chegada atrasadíssima dos poetas de Buriti, Lulu e Aliandro Borges, junto com os amigos Alex Borges, Eduardo, Gilson Lima e Reginaldo Furtado, que passam também a degustar a feijoada.
                                E dando continuidade ao nosso encontro, com todos bem saciados, educadamente sentam-se para ouvir a cantora Raquel Santos apresentando duas belas canções “ Ilha do Bambu ”  e “ O Bordado “, letra premiada no festival SESI, composta por seu esposo Maestro Adelino, que também acompanhava  no violão a cantora. Depois fora feito um sorteio de mais de vinte livros de autores maranhenses, onde a expectativa e alegria geral tomaram a todos,   esperançosos de ganharem um dos exemplares. O grande círculo de cadeiras plásticas fechou-se um pouco após o sorteio e os presentes ouviram meu pequeno discurso da realidade da APA DOS MORROS GARAPENSES e dos benefícios que a mesma poderá trazer para o desenvolvimento sócio-sustentável das nossas comunidades se houver um real engajamento e unidade dos seus cidadãos. Assim, em discussão os presentes aprovaram a organização de um maior Encontro Literário para o dia 11 de Junho do corrente ano em Coelho Neto, envolvendo todas as comunidades dos quatros municípios da APA. Desfeito o círculo, os poetas, músicos, escritores e ambientalistas presentes se despediram mutuamente, voltando para suas casas e cidades contentes e satisfeitos pelo encontro.
                                  Como falei no início, “o movimento literário na APA DOS MORROS GARAPENSES tornou-se uma realidade”, e através dele muitas coisas de bom se fará em favor da vida, talentos e dons dos artistas de Buriti, Coelho Neto, Afonso Cunha e Duque Bacelar. Unamo-nos e desejamos com afinco essa nova realidade.

                                    Soli Deo Gloria
  
                           Francisco Carlos Machado
Presidente da Associação Bacelarense de Proteção ao Meio Ambiente (ABAMA), poeta, crítico literário e “cidadão morro-garapense”

Comentários

  1. É bom ver gente preocupada com a cultura da nossa região. Os poetas são esquecidos, conheci e conhece muitos poetas bons da nossa região, como: o saudoso Lili Lago, saudoso José Borges, Sr. Abraão, Lulu e tantos outros poetas populares como os violeiros(cantadores) esses só da nossa cidade de Buriti.
    Como seria proveitoso se fossem feito estudos nas escolas sobre esses poetas, que são esquecidos. Um abraço, vamos valorizar mais nossos escritores.

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  2. É verdade meu amigo.
    Conhecer e valorizar.
    Conhecer e amar.
    Conhecer e estimular suas artes...

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