A
sexta-feira (27/09/2013), na cidade de Brejo, ficou marcada pelo protesto dos
líderes do Território Quilombola Saco das Almas. O evento contou com presença
de representantes dos povoados Faveira, Almas, Forninho, Criolis, Carobinha e
Alto Bonito.
A
mobilização foi feita pela Rede Fórum da Cidadania, Núcleo de Brejo, sob a
coordenação de Alex Sousa Reinaldo e locução de André Viana.
As principais
reivindicações defendidas pelos manifestantes são: água potável, iluminação
pública, alimentação escolar de qualidade, atendimento médico – PSF,
transparência na aplicação dos recursos e segurança.
Nem a ameaça de
blitz, espalhada pela cidade, como tentativa de intimidação impediu que os
lavradores se deslocassem para a sede do município. A concentração aconteceu no
pátio da Catedral de onde o grupo se dirigiu pelo centro da cidade. Houve uma
parada na frente da Prefeitura e uma concentração na Câmara de Vereadores. Lá,
os quilombolas foram recebidos pelos vereadores João Leriano, Zé Carlos e
Cláudia Sousa. Os três proferiram a favor dos manifestantes. Os demais
legisladores não compareceram ao seu local de trabalho e por isso não houve
sessão.
A passeata foi
conduzida para o Planalto Santo Antônio para reclamar melhorias na saúde. Houve
pronunciamentos em frente ao auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais,
local em que acontecia a Conferência Municipal de Saúde. E teve encerramento na
sede do Ministério Público.
Raimundo Nonato
Pereira, 28 anos, dirigente da Comunidade Católica da Vila das Almas,
demonstrou seu entusiasmo: “conseguimos
através do Ministério Público tirar nossas crianças da noite pra estudar de dia
e conseguimos melhorar o ensino médio, mas precisamos de água enquanto tem dois
poços que não funciona e queremos iluminação pública, já que pagamos a taxa.”
Segundo Sebastião, 58
anos, Presidente da Associação da Faveira, falta estrada, iluminação pública,
uma ponte, PSF (somente uma enfermeira vai lá, uma vez por mês) e tem dois
poços que não funcionam porque a obra não foi concluída. “E queremos acompanhar a obra da estrada que o INCRA vai fazer. Ela
precisa atender os interesses da comunidade”, declara o quilombola.
Valdemar de Araújo,
44 anos, líder da Comunidade Católica de Criolis, denuncia: “a água do poço público não serve para
consumo humano, falta estrada, tem criança estudando à noite, o PSF não
funciona, falta iluminação pública e os kits sanitários estão caindo”.
Rubem Ismael, 30
anos, Secretário da Associação Comunitária dos Agricultores de Alto Bonito,
declara: “lutamos pela desapropriação da
terra, poço com água potável e posto de saúde.”.
Chico do Zé Pedro, 60
anos, Presidente da Associação Comunitária dos Lavradores Quilombolas do Saco
das Almas também esteve no evento e compartilha da pauta de reivindicações dos
companheiros.
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