NEONAZISMO? AMBULANTE NEGRO É ESPANCADO ATÉ A MORTE POR HOMENS NO METRÔ DE SÃO PAULO POR DEFENDER TRAVESTI
Suspeita é de que criminosos sejam
neonazistas, já que levavam socos ingleses e correram atrás de travesti antes
de matar o homem negro.
O vendedor
ambulante negro Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, foi assassinado a golpes de soco
inglês e chutes na cabeça na noite de Natal, no último domingo de natal(25),
dentro da estação Pedro II, da linha 3-Vermelha, que liga a Barra Funda a
Itaquera. A suspeita é que os dois dos agressores sejam integrantes de grupos
que pregam atos de intolerância contra negros, homossexuais e nordestinos.
A suspeita de
serem neonazistas surgiu não só pelo tipo de armamento que usaram no crime,
como em razão de minutos antes terem tentado atacar uma travesti. Toda a ação,
que ocorreu na frente da bilheteria da estação, foi captada por câmeras de
segurança do Metrô, porém, nenhum agente de segurança estava no local desde a
perseguição a travesti até a morte de Ruas.
Ruas, um conhecido
vendedor de salgadinhos e refrigerantes da região, era chamado por clientes e
colegas de trabalho por Índio. De cabelos grisalhos, o homem de meia idade
trabalhava na noite de Natal para complementar a renda familiar, mas teve o
desprazer de topar a sua frente com dois homens que, segundo a polícia, estavam
na rua decididos a praticar crimes.
Armados com soco
inglês, os dois assassinos urinavam no entorno da estação, que fica localizada
na região central de SP, quando foram interpelados por uma travesti de que ali
não era lugar para fazerem suas necessidades fisiológicas. Foi nesse momento
que passaram a perseguir a travesti, que fugiu desesperada pela estação,
inclusive passando por baixo da catraca. O pavor da mulher e o ódio da dupla
podem ser vistos por suas fisionomias captadas pelas câmeras de segurança. Um
dos homens pula a catraca, enquanto o outro toma a mesma atitude da travesti.
A caçada foge do
ângulo da imagem, que só mostra os homens de volta. Nesse momento, eles partem
para cima de Ruas, que havia, de acordo com testemunhas, pedido calma aos seus
algozes e reclamado da ameaça à mulher. Um primeiro soco é dado e o homem já
cai. A covardia se intensifica com mais de dez pisões e chutes na
sequência todos direcionados na cabeça da vítima.
As agressões
intermináveis são assistidas por um grupo de homens e mulheres sem
reação. Seguranças do metrô? Nenhum. Os seguranças chegam quando os homens
já cansaram de espancar a vítima, que em nenhum momento de sua batalha pela
vida deu sinais de reação.
O caso foi
registrado no 78º DP (Jardins) como homicídio qualificado, porém será repassado
ao 5º DP (Liberdade).
(Da Carta Capital)
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