Delegado chefe de investigações criminais é exonerado após ser flagrado próximo a sítio onde havia contrabando de armas
“Essa organização criminosa será
neutralizada pela raiz”, AFIRMOU
JEFFERSON PORTELA SOBRE OPERAÇÃO QUE DESMONTOU ESQUEMA MILIONÁRIO DE
CONTRABANDO NO MARANHÃO.
O superintendente estadual de investigações
criminais, Tiago Bardal, foi exonerado do cargo por ter sido encontrado em um
local que era alvo de crimes e investigado pela Polícia Militar.
Tiago Bardal era superintendente e membro da alta cúpula da segurança
pública no Estado. Ele disse que ainda não prestou depoimento, não sabia da
operação e que trabalhou o dia todo na superintendência nessa quinta-feira
(22).
A informação foi dada pelo secretário de Segurança
Pública, Jefferson Portela, na tarde dessa quinta-feira 22. De acordo com
Portela, na madrugada desta quarta-feira (21) a Polícia Militar estava
realizando uma operação na região do Quebra Pote, em São Luís.
No caminho, Tiago Bardal foi encontrado em um carro
com outro homem, que seria o seu advogado. Ao ser questionado, o superintendente
afirmou que estava vindo de uma festa, mas depois mudou a versão falando que
procurava um sítio para compra.
O secretário também afirmou que policiais seguiram
até um porto privado, localizado em um sítio da região do Quebra Pote. No
caminho encontraram uma patrulha de militares dentro de um carro, que foram
abordados e presos.
O comandante de área na região onde ocorreu a
operação, coronel Edivaldo Mesquita, confirmou que os presos faziam parte da
Polícia Militar, sendo um major, dois sargentos e um soldado. Outras sete
pessoas também foram presas por suspeitas de integrarem um grupo criminoso com
atuação na Região Metropolitana de São Luís. Armas, bebidas alcoólicas
e cigarros também foram apreendidas.
No sítio, descobriu-se um esquema criminoso formado
pelo major da Polícia Militar que já figurava em ações de inteligência. Ele
articulava outros PMs para cobertura armada através de milícia para organização
criminosa. Outro homem encontrado no sítio era o agenciador das atividades no
sítio, segundo a SSP.
Tiago Bardal informou que ainda não prestou
depoimento, não sabia da operação e que trabalhou o dia todo na
superintendência nessa quinta-feira (22).
ENTENDA MAIS O CASO
De acordo
o Secretário Portela, a zona rural de São Luís já era alvo de investigações
sobre possíveis esquemas criminosos por se tratar de uma região estratégica.
Foi nesse sentido, que durante uma operação da Polícia Militar realizada na
noite da última quarta-feira (21) na comunidade Arraial, bairro do Quebra Pote,
em São Luís, a guarnição abordou um veículo onde estava o delegado Thiago
Bardal na companhia de um outro homem que seria seu advogado. Após revistas no
veículo e nada encontrado, o delegado informou que estava vindo de uma festa,
mas segundo a guarnição, depois mudou a versão, afirmando que procurava uma
propriedade para compra. Posteriormente a dupla foi liberada.
Dando
continuidade aos trabalhos, a guarnição seguiu até uma região chamada de Porto,
mas foi justamente a caminho que a PM encontrou uma patrulha de militares
dentro de um veículo descaraterizado, sendo estes abordados e presos. Após uma
apuração, foi revelada a localização uma propriedade particular (sítio).
Já no
local a polícia descobriu um megaesquema criminoso de contrabando de armas,
munições, drogas, cigarros e bebidas alcoólicas. Ainda de acordo com secretário
Jefferson Portela, os PMs presos eram responsáveis pela cobertura armada, o que
configura um esquema de milícia. Foram presos o major Luciano Fábio Farias
Rangel, o soldado Fernando Paiva Moraes Júnior, o 2º sargento Joaquim Pereira
de Carvalho Filho, o ex-vice prefeito de São Mateus Rogério Sousa Garcia
(responsável pelos trâmites do aluguel do sítio), José Carlos Gonçalves, Éder
Carvalho Pereira, Edimilson Silva Macedo e Rodrigo Santana Mendes, estes
últimos ficavam a frente do transporte do contrabando.
Durante a
coletiva o secretário Jefferson Portela informou que pela proporção do crime,
estimasse que o esquema deva ter movimentado quase 2 milhões de reais em
contrabandos e que esse lucro servia de fonte para manter a organização
criminosa. Portela que acompanhou de perto a operação afirmou: “Estamos diante
da segunda maior organização criminosa dos últimos 20 anos com atuação no
Maranhão”, ele ainda destacou que a operação continuará em andamento, autos de
flagrantes estão sendo executados, depoimentos estão levantados e perícias
criminais estão sendo concluídas para serem inseridas nos inquéritos
coordenados pela Superintendência Estadual de Combate à Corrupção (SECCOR).
Resposta da SSP-MA
O
Secretário de Segurança Pública do Maranhão anunciou a exoneração do delegado
Thiago Bardal da chefia da Superintendência Estadual de Investigações Criminais
(SEIC) por ato administrativo e quebra de confiança do sistema de segurança. O
gestor da pasta da segurança não descartou a participação de mais servidores
públicos no esquema criminoso, mas enfatizou em dizer: “Essa organização
criminosa será neutralizada pela raiz”.
(Do G1MA, Ascom)
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