Coluna ALÉM DO DIVÃ - …SER DE LINGUAGEM: “Onde não estou as palavras me acham” …

  *Por Josealdo Silva- filósofo, psicólogo e psicanalista 

O que caracteriza o ser humano, verdadeiramente, é que ele é um “ser de linguagem”, segundo o filosofo Heidegger, o ser se desvela na linguagem, a linguagem para Heidegger é a casa do ser. E nessa casa habita o homem. Nascer é deixar entrar a palavra, viver é deixa-la sair, já dizia o poeta Bartolomeu Queiroz. Nascemos em um mundo de discurso, um discurso ou linguagem que precede o nosso nascimento e que continuará após a morte. Para o filosofo Hegel foi a linguagem que criou o homem e não o contrário.

Muito antes de uma criança nascer, seu lugar já está preparado para ela no universo dos pais: eles falam da criança que vai nascer, escolhe o nome para ela, começa a exprimir seus próprios desejos e ideias a respeito da vida e do futuro dos filhos que ainda não nasceu. As palavram que usam para falar da criança têm sido usadas, com frequência, por décadas, se não por séculos. Essas palavras lhe são conferidas por séculos de tradição, constituindo o Outro da linguagem.

Lacan afirma em termos categóricos que “o inconsciente é o discurso do outro”. A inovação lacaniana consiste em dissolver a ideia de um inconsciente povoado de conteúdo intrapsíquicos, fechados e estancados em cada ser singular. A ideia de que o inconsciente está estruturado como uma linguagem é a ideia de um estado permanente de relação intersubjetiva e de um processo infinito de produção.

SOBRE O AUTOR

JOSEALDO SOUSA SILVAnatural de Chapadinha/MA, é formado em Filosofia (UEMA), com licenciatura em Filosofia Cristã pela Faculdade Filadélfia (CE), e graduado em Psicologia (Faculdade Pitágoras), pós-graduado em Psicopedagogia Clínica (Faculdade FAMEP/IESF) e psicanalista praticante, membro da OrLa-Centro Psicanalítico do Maranhão

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