Esta narrativa bem
poderia ser intitulada de Conto para Karoliny ou A Primeira Redação de
Karoliny, minha primogênita, por ser ela a sua protagonista principal.
Toda ave me encanta, até
mesmo o Urubu, o Gavião e seus parentes, pelo seu VIVER sempre livres,
espargindo alegria para nós humanos, alguns muitas vezes tão maus com essas
criaturas divinas, todavia o Rouxinol é MARAVILHOSAMENTE especial na minha
VIDA, desde menino na minha Buriti querida.
Naquela época, o
município inteiro possuía muitas árvores, muito verde, chuvas o ano todo, rios,
riachos, córregos, lagoas sempre cheios e ao seu redor muitos pássaros de
várias espécies, entretanto os Rouxinóis por se apresentarem os mais domésticos
por natureza, procuravam fazer seus ninhos nos beirais das Casas. Parece até
que receberam uma missão divina para viverem mais próximos de nós, cantarem e
nos encantaram com seus magistrais gorjeares. Na nossa Casa em Buriti e no
Quintal, hoje instalada a Prefeitura Municipal, era também a morada de muitas
destas criaturinhas tão festivas e tão fraternas.
Em minha Casinha em São
Luís, Ilha do Amor, meu primeiro abrigo próprio, não moravam muitos, apenas um
casal suficientemente forte e grande colaborador com suas alvoradas matinais e
vespertinas no entardecer/anoitecer, que inundavam a minha mente, a minha alma
e o meu coração de contentamento e levavam-me energia positiva que fortaleciam-me
na LUTA diária pelo pão que nos sustenta.
No entender de alguns
Poetas Românticos, dentre eles Coleridge e Wordsworth, o Rouxinol tem
qualidades de uma Musa, um exemplo de criação poética, a Voz da Mãe Natureza.
Percy Bisshe Shelley diz
em seu poema Uma Defesa da Poesia, que “um Poeta é um rouxinol que se senta na
escuridão e canta com doces sons para alegrar a sua própria solidão; os seus
ouvintes são como homens encantados com a melodia de um músico invisível, que
sentem e estão a ser movidos e suavizados, mas não sabem de onde e ou porquê”.
Eu embora não seja poeta,
concordo e ouso complementar afirmando que o Rouxinol é um músico magistralmente
maravilhoso que me inebria sempre.
E foi assim, que em um certo
dia longínquo, a minha filha Karoliny, na época, estudante do Colégio Batista
de São Luís, no inicio da sua caminhada
no Ensino Médio, chegou da sua casa de
formação demonstrando sinal de preocupação e perguntou-me: PAI, o senhor pode
ajudar-me a fazer um trabalho de redação?
É uma narrativa.
Abracei-a e com um BEIJO
na condição de seu primeiro Herói como todo PAI o é, prontifiquei-me a
colaborar. Após o descanso chamei-a para iniciarmos o cumprimento da tarefa
determinada pelo professor dela.
Logo ao começar a leitura
da tarefa, ouvi o canto do nosso
Rouxinol, nosso sim, ele morava conosco.
Como num lampejo de LUZ
vinda do ALTO, um milagre! Imediatamente escrevi: O Rouxinol do Meu Quintal e
consultei a minha estudante sobre o título sugerido.
Os Seus olhos brilharam
de alegria e ela surpreendentemente gritou: MASSAAAAAAAAAA, PAAAAI!!!
Entre espantado e ao mesmo
tempo FELIZ, fiz o gesto positivo com o polegar direito.
Aquele MASSAAAAAAA, que
ainda não fazia parte do meu vocabulário adquirido em outras épocas, passou a
incorporar os meus momentos de Satisfação.
Era uma orientação, então
lhe dei a caneta (esferográfica) para que ela começasse de fato o trabalho e,
confesso, meio conduzido, todavia sem esquecer de fazê-la sentir-se a autora da
obra, que era o seu marco inicial naquela área do conhecimento.
Atingido o número de linhas estabelecidas pelo
professor, ela empolgada e um pouco apreensiva alertou-me quase implorando, que
poderia ultrapassar a meta determinada quanto às “linhas”. Então escrevemos
mais umas cinco linhas, salvo falha da minha memória.
Concluída a missão, uma
magnífica surpresa, quando Karoliny sorrindo, após guardar o seu primeiro conto
abraçou-me e gritou eufórica: obrigadooooo Papaaai, acho que o professor vai
gostar, o senhor é mesmo Massaaaaaaaaaa
!
Em silêncio, impelido
pela emoção eu respondi com um terno e demorado abraço.
O Tempo como a água de um
caudaloso rio continuou o seu CAMINHAR e depois daquela primeira redação, ou
narrativa, a minha filha Karoliny tornou-se uma Jornalista e posteriormente uma
Bacharel em Direito, tendo nesta última graduação, estagiado no meu humilde
escritório de Advocacia, inclusive com trabalho de campo na Comarca da minha Querida
Buriti, honrando-me gloriosamente.
Esta Crônica é pra VOCÊ,
minha amada filha Karoliny de Pinho Passos, que mesmo mais informada e senhora
de si, continua a minha MENINA.
O nosso Rouxinol é uma
das mais queridas e amadas LEMBRANÇAS.
SOBRE O AUTOR
É
buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho
Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica
Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense,
bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na
OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação
de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia
Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da
Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e
oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de
Buriti.
Amei a narrativa mano Djalma!bjss
ResponderExcluirBela narrativa Dr.Djalma!
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