ZEAMANSO e CHICO
ALEGRE são os nomes figurados, em
respeito à privacidade, embora este crônica seja o retrato da vida
desses dois CIDADÃOS, que quebraram tabu dos costumes sociais numa época em que
se vivia muitas falsas histórias de vida conjugais perfeitas. ZEAMANSO um
músico de renome nos Povoados Laranjeiras onde residia, Espingarda, Engenho
Velho, Areia, Capão, Mato Rêgo, Carranca
e outros próximos.
Vivia com a sua
Família, dona JUDITE, sua esposa e as filhas Gracinha, Maricota, Teresinha, e a
Linda neta MARINETE, cobiçada por muito homens, adultos, jovens e até pré
adolescentes, era muito solicitado pois era o mais barato para as festas em comunidade,
incluindo a exclusividade de tocar no levante do Mastro do Festejo de Santo
Antônio, festejado pelos meus avós paternos e prosseguido por meu Pai, Jaime
Passos. Não era muito apegado a trabalhos de roça, que se limitava a um pequeno
plantio de feijão, milho, arroz e melancias, que eram quase sempre executados
totalmente pela Amada e fiel esposa e filhas. Era muito querido por todos dessa
região no município de Buriti. Afilhado do meu Avô, compadre do meu Pai e da
minha Mãe.
CHICO ALEGRE era lavrador
e conhecido como bom de serviço em geral, também muito querido nos mesmo
povoados e nascido na Espingarda. Era casado com a também simpática e famosa
com era classificada, dona JOANINHA e era PAI dos filhos Tonico, Mariinha,
Francisca e Maria Clara, todas elas bonitas. Era um dançador invejado e muito
solicitado pelas mulheres, solteiras, casadas parentes ou não, muitas delas por
terem aprendido dançar com ele, que era um festeiro daqueles que não perdia um
rala bucho ou bate cocha, termos usados no Nordeste brasileiro.
ZEAMANSO E CHICO ALEGRE eram amigos desde a infância e
assim permaneceram durante o tempo de vida em Laranjeiras. Esta AMIZADE foi tão
forte, que eles se tornaram Corno Amigos, ou CORNOS EM COMUNHÃO, sem fazerem
alardes, isto é não davam publicidade desse Consórcio. Encontravam-se com as
suas Amantes na casa um do outro, não existiam motéis, e nem precisavam se
esconder, pois havia um acordo entre ambos os cônjuges.
Assim, quando
queriam trocar de sabor, CHICO ALEGRE, era quem
dava o sinal. Um dia antes ele dava um jeito de avisar o ZEAMANSO:
Cumpade ZÉ, amen-ã eu rô pu BURITI. Era a senha, naquele dia dormiam até à meia noite em suas casas e nas
suas redes, separados das esposas. Elas já sabiam que teriam novidades e se
preparavam para o ENCONTRO CORNAAAL.
Exatamente aos
trinta minutos da manhã daquele dia, CHICO ALEGRE chegava no terreiro da casa
do ZEAMANSO, se escondia na sombra das palmeiras de babaçu e gritava
sonoramente: Cumpádi Zeamansooo, tô inu pu Buriti! ZEAMAANSO, tá bom Cumpádiii.
ZEAMANSO saiu
devagarinho pelo outro lado da casa e CHICO ALEGRE ingressava na alcova do
Corno Amigo e a festa só terminaria as quatro horas CÚM U AMIUDAR dos Galos
anunciando o início do novo dia.
Na casa de Chico Alegre, a festa era do mesmo tamanho, do jeito dele, certamente. Eles quando estavam Retornando pela mesma estrada, ao se avistarem, se embrenhavam, para não se encontrarem. Assim foram FELIZES e eu os HOMENAGEIO com o Título Inusitado de ZEAMANSO E CHICO ALEGRE OS CORNOS CONTENTES MAIS UNIDOS DE BURITI!
SOBRE O AUTOR
É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.
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