Coluna SEXTA DE NARRATIVAS – EU E OS IDOSOS DA DA ABALC, NÃO OBSOLETOS


Eu era um garoto de apenas dez anos de idade quando o meu avô Ângelo Pio Passos, com sessenta e três anos era chamado de Velho Pio por muitas pessoas. O meu Pai, com quarenta e um anos era também chamado de Velho Jaime e eu ficava intrigado com esta classificação ao verificar os vinte e dois anos de diferença entre as duas idades. Curioso, perguntei ao meu Pai qual a razão de eles serem tratados como velhos e ele disse-me que as pessoas estavam erradas, pois somente o meu avô era realmente Velho, o que me convenceu.


O tempo seguia o seu curso normal e eu fui cumprindo etapas do meu Caminhar, saindo da infância para a adolescência atingindo aquela idade conhecida como adulta ou Jovem que chegava até aos quarenta ou cinquenta anos e atingi os sessenta anos, atualmente considerado IDOSO, com alguns direitos ou privilégios garantidos em lei, nem sempre respeitados, e finalmente atingi o entardecer da vida, como aprendi com o tempo, considerado pela quase unanimidade das pessoas, fase da VELHICE, sem considerar-me Novo, entretanto também sem me julgar Velho, pois continuo Vivo e Ativo, profissionalmente e em outras atividades do cotidiano humano comum.


Assim, mesmo existindo uma legislação específica definindo que IDOSO é a pessoa que atingiu os sessenta anos ou mais, há também na literatura quem afirme que é Idoso todo aquele que vive no exercício de todas as suas atividades essenciais, que se exercita física, mentalmente e socialmente participando da vida familiar e social, que contribui com a produção cultural da sociedade a que pertence, que luta conscientemente e com prazer para Viver e viver bem, e VELHO é aquele que está definitivamente obsoleto, inativo, vegetando, isolado de todos, até do mundo. Nesta semana a nossa confreira Regina Faria chamou a nossa atenção ao anunciar ter atingido seus gloriosos Setenta Anos de vida em plena e efervescente atividade de Idosa, um maravilhoso triunfo.


Ao parabenizá-la, fiz uma pequena reflexão sobre os nossos Confrades e Confreiras IDOSOS da nossa ACADEMIA e sentí-me lisonjeado e muito feliz por pertencer a este Grupo ADORÁVEL que se destaca exatamente por ter chegado a este estágio da Vida, com galhardia e entusiasmo, brilhando com luz própria e iluminando o nosso SODALÍCIO com lições de sabedoria, de amor e de dedicação a nossa Terra e a nossa Gente, trazendo estímulos a todos, com exemplos de perseverança para os jovens, com suas histórias de lutas e vitórias e também de alguns fracassos.


Meus respeitáveis Confrades e Confreiras Raimundo Ferreira Marques, Benedito Ferreira Marques, Sofia das Chagas Rocha e Regina Faria, eu acredito piamente que todos nós continuaremos assim, vivendo com alegria, buscando sermos produtivos e servirmos a nossa Terra, a nossa Gente e a nossa ACADEMIA e por ter esta certeza, eu lhes peço : permitam-me GRITAR bem ALTO em meu nome e em nome de VOCÊS, assumindo um compromisso de VIDA : SOMOS IDOSOS VIVOS, NÃO OBSOLETOS, E ASSIM CONTINUAREMOS!









SOBRE O AUTOR

É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti. 

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