PF faz busca e apreensão na casa de Jair Bolsonaro e prende tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente

 Investigação mira inserção de dados falsos sobre vacinação de Covid no sistema do Ministério da Saúde


A Polícia Federal realizou uma busca e apreensão na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília nesta quarta-feira 3/5. Durante a operação, o tenente-coronel Mauro Cid e mais cinco pessoas foram presos pela PF.

A investigação tem como foco um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. Com a inclusão desses dados falsos, as pessoas, incluindo Jair Bolsonaro, poderiam emitir certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos para impedir a propagação da doença.

Durante a operação, o celular de Bolsonaro foi apreendido e ele negou qualquer envolvimento em adulterar o cartão de vacinação, além de afirmar que não tomou a vacina contra covid. A Polícia Federal havia agendado um depoimento de Bolsonaro para as 10h desta quarta-feira, mas ele não compareceu.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou a busca e apreensão do passaporte e das armas do ex-presidente Jair Bolsonaro, além do seu celular. Ele autorizou que fossem apreendidas “armas, munições, computadores, passaporte, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos”.

O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que seu cliente só irá depor após a defesa ter acesso ao inquérito. Ele também adiantou que já entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal para ter acesso às informações da operação da PF. Wajngarten ainda contou que encontrou com outros presos na operação, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid.

A Operação Venire, que cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Brasília e no Rio de Janeiro, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, no inquérito das milícias digitais do Supremo Tribunal Federal. O Ministério da Saúde, em nota, informou que todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do SUS são rastreáveis e feitas mediante cadastro e que não há relato de invasão externa ao sistema.

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