Eu já era estudante na zona urbana ou no centro da minha
Buriti querida, e encantado com as matas verdejantes que compunham a bela
paisagem da estrada que ligava a minha LARANJEIRAS à floresta do Rio Tubi que
ainda hoje se entende até o final da Ladeira de acesso à OCTOGENÁRIA Buriti. Uma
árvore frondosa e vigorosa, de aproximadamente cinquenta metros de altura,
cheia de galhos enfolhados e um tronco arredondado, que oferecia uma sombra
aconchegante e se destacava entre as demais, porque era exuberante em tudo, era
uma Barrigudeira, que comumente era chamada de Barriguda. Localizava-se
exatamente na entrada do caminho de Barro Branco, entretanto todas as pessoas
se habituaram a chamar o Caminho da Barriguda. Muitas vezes, eu tocando os
jumentos, burros e Cavalos transportando cargas de farinha, de arroz e de
tiquira e de outras mercadorias, parei para descansar e descansar os animais
sob a sua aprazível sombra.
Assim aquela Barriguda, ou Paineira-Branca como é
cientificamente denominada, se tornou uma lembrança inesquecível e um símbolo
no meu Caminhar terreno. Além da beleza e do abrigo, servia de medicação
através das suas folhas e cascas para cura de várias doenças. Quando as nossas matas foram sucumbidas pela cruel devastação desenfreada, a
Barriguda da minha infância também desapareceu e causou-me um sofrimento que me
levou às lágrimas de saudade e de revolta, pois ela não era somente uma árvore
qualquer, era no meu sentir, minha amiga protetora e de muitas pessoas que se
beneficiaram com sua beleza e com sua sombra benfazeja. Há um pouco mais de uma
semana, recebi a foto de uma Barriguda encaminhada pela minha conterrânea e
amiga professora Socorro Melo, relatando-me que esta faz parte da paisagem de
um recanto da estrada do Povoado Mocambinho, já próximo da entrada do histórico
Porto fluvial buritiense que tanto nos serviu como via de transporte de
passageiros e de mercadorias num passado já distante. A minha amiga Socorro ao presentear-me com
esta imagem, sugeriu-me que a aproveitasse como tema da minha Coluna informando
que ela está prestes a ser derrubada pois sofre de uma lesão que fatalmente a
levará à morte.
Agradecido de coração e de Alma em Festa pelo presente e
tendo esta Barriguda intrínseca
relação com a minha história, eu
a presenteio como figura central deste Texto, pois trata-se de parte da minha
VIDA, então posto a sua linda imagem,
porque somos EU, UMA BARRIGUDA, UMA HISTÓRIA E UMA SAUDADE.
Inverdade a Barrigunda que tinha em Buriti, era no caminho de Mocambinho,depois da casa da Zeneide. Está equivocado.
ResponderExcluirPara terminar de esculhabar o desmatamento Vote para André Gaúcho!
ResponderExcluirInfelizmente só resta saudades das nossas árvores protetoras, onde podíamos descansar em nossas viagens até Buriti. Meu tio amado, sempre relembrando
ResponderExcluirboas memórias e encantando com suas narrativas.
Parabéns meu querido amigo por nos presentear mais uma vez com seus textos maravilhosos que me faz também voltar ao passado, lembro-me das viagens que muitas vezes fiz de meu povoado Areia dos Brancos à nossa querida Buriti, de bicicleta, era uma viagem maravilhosa pois éramos agraciados pelas sombras das árvores.
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