Acordei
mais cedo no Domingo de Ramos deste ano, lembrando da voz da minha Mãe num
passado longínquo, chamando-me para levantar e nos prepararmos para a Santa
Missa de Ramos. Eu era somente um garoto
feliz e sonhador com um futuro de lutas e vitórias para compensar a ela e ao
meu Pai, pelo trabalho, pela dedicação e pelo devotado AMOR a mim e aos meus
irmãos. Nos preparamos rapidamente, eu a minha esposa Andréa, pois a Missa
começaria exatamente as seis horas matinais, colhi os nossos ramos numa das
nossas Palmeirinhas no nosso Jardim e seguimos para a Igreja. Chegamos no
momento em que já estava sendo cantado o hino sacro de início da celebração. Mesmo
concentrado no Ritual da Missa, vinham na minha memória, desde a mangueira
frondosa próxima da calçada da nossa casa e da subida para a igreja, carregada
de mangas balançando os seus galhos como se fossem uma homenagem de
agradecimento ao Cordeiro de Deus Imolado. Me via na minha roupa nova, calça curta de
brim coringa azul e a camisa de linho branca feitas pelo costureiro NINÍ, e uma
sandália alpercata de sola curtida feita pelo sapateiro Vitorino Veras, era um
luxo no meu entendimento.
Enquanto
transcorria o ato litúrgicos persistiam as lembranças dos meus avós paternos,
dos meus primos e da nossa Irmã Tereza (Terezinha de Jesus Bastos) que fora
criada por eles, entretanto era considerada por todos nós como se fora nossa
irmã de sangue. Todos nós em Família subindo a escadaria da Igreja, até o
BOTINHO, um cachorro muito adestrado e inteligente nos acompanhava. Eu sentia o
cheiro do café da manhã com leite de vaca, com bolos de goma grolada e de goma
liza e também os de puba, doce e sem açúcar.
Chegou
a hora da bênção dos Ramos e eu tive a impressão de ouvir a voz suave da minha
Mãe dizendo: levantem o ramo com a mão esquerda para poderem Persignar-se com a
mão direita, meus filhos! Algumas lágrimas rolaram no meu rosto e Andréa
perguntou se estava sentindo algum mal-estar. Respondi-lhe que era o efeito do
colirio Glaucotrat que usara antes de sairmos de casa. Enxuguei o rosto e
voltei a me concentrar na celebração. Chegou a hora da Comunhão e novamente a
lembrança de um Frei Capuchinho quando da minha primeira Comunhão, quando fui
confessar os meus pecados como minha avó me ensinara: padre eu maltratei os
animais. Felizmente o Frei me disse: Criança não tem pecados, reze uma Ave
Maria e vá comungar.
Encerrada
a Missa, os abraços com alguns parentes meus e outros de Andréa e de amigos,
nos dirigimos para a Praça Matriz e colhemos algumas fotos nossas aproveitando
a passagem com algumas árvores. Voltamos para casa e eu revelei a verdade sobre
o meu sentimento na hora da Missa de Ramos deste ano. Ela sugeriu que fôssemos
tomar o café da manhã em Barro Branco e eu a agradeci. Foi um BÁLSAMO
acalentador para a minha Mente, para a minha Alma e para o meu Coração. Continuarei
com as minha Lembrança AMÁVEIS, todavia sem lágrimas e agradecido ao Senhor
nosso Deus, por ter vivido uma infância feliz no seio de uma Família
Maravilhosa e INESQUECÍVEL.
Comentários
Postar um comentário
O comentário não representa a opinião do blog; a responsabilidade é do autor da mensagem. Ofensas pessoais, mensagens preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, ou ainda acusações levianas não serão aceitas. O objetivo do painel de comentários é promover o debate mais livre possível, respeitando o mínimo de bom senso e civilidade. O Redator-Chefe deste CORREIO poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.