Todos esses
capítulos mostram uma opinião pública doente, um país doente, inquisitorial, na
qual os princípios fundadores do estado democrático foram jogados no lixo por
essa combinação fatal de mídia-procuradores-delegados.
A Folha publica reportagem atribuindo a Lula a propriedade de um sítio em Atibaia
que teria sido reformado pela Odebrecht. Esforço próprio de reportagem? No
mesmo dia, segundo a Folha de hoje, procuradores e delegados da Lava Jato do
Paraná já se deslocaram para o local mencionado. E um barco de alumínio,
de R$ 4 mil, passa a ser a prova do crime da família Lula.
Tal rapidez destoa da programação da Lava Jato. É
evidente que o jornal foi alimentado previamente pelos procuradores e delegados
da Lava Jato, antes mesmo de terem provas consistentes se houve a tal reforma
bancada pela empreiteira.
No Estadão, um lobista justifica-se ao seu empregador
afirmando que perdeu uma licitação da Secretaria de Educação do governo de São
Paulo porque o vencedor pagou R$ 100 mil ao ex-secretário Herman Voorwald.
Pouco importa se o lobista chutou a explicação apenas
para limpar a barra perante seus contratantes. Pouco importa se a vítima, em
questão, tem vida limpa, conduta ilibada e sempre se ateve à carreira
acadêmica. Caiu na rede é peixe, é o bordão de uma imprensa leviana,
inconsequente que há muito perdeu a noção de reportagem.
No Rio, uma acusação inconsistente de ação terrorista
contra um físico franco-argelino altamente qualificado é endossada de pronto
pelo Ministro da Educação, sem sequer ouvir o acusado. O Brasil, que poderia se
tornar uma ilha para abrigar a imigração qualificada, entra na lista dos países
intolerantes.
Todos esses capítulos mostram uma opinião pública
doente, um país doente, inquisitorial, na qual os princípios fundadores do
estado democrático foram jogados no lixo por essa combinação fatal de
mídia-procuradores-delegados.
O cerco que se montou sobre Lula em nada difere da
campanha contra Vargas em 1954.
A chamada publicidade opressiva da mídia exige
alimentação constante de fatos, factoides, meros rumores. Por mais que haja
criatividade, não se consegue alimentar o noticiário sem o apoio de algum
evento que cuspa permanentemente as informações.
No caso de Vargas, uma CPI que se julgava inócua – a
da Última Hora – passou a ser o motor gerador de factoides, permitindo o uso da
publicidade opressiva por parte da mídia, especialmente da rádio Globo.
Dia após dia a CPI soltava seus factoides, que
alimentavam o noticiário. Samuel Wainer recebeu xis de financiamento do Banco
do Brasil, bradava a mídia. E escondia o fato de que o Globo e a própria
Tribuna da Imprensa (de Carlos Lacerda) receberam mais. O financiamento da UH
era reverberado dia e noite condenando os adversários perante a opinião pública
e, através dela, pressionando os tribunais superiores.
Criado o clima, despertado o monstro do efeito manada,
toca a uma devassa implacável sobre todos os atos de governo.
Aí se descobre que o guarda-costas Gregório Fortunato
era dono de uma fortuna apreciável. Mais: que aceitou adquirir uma fazenda de
um filho de Getúlio, para que ele pudesse quitar dívidas pessoais.
É evidente que o exercício do poder abre facilidades
que acabam sendo aproveitadas pelos elos moralmente mais fracos da corrente.
Assim como é evidente que existem sempre áulicos que arrotam a suposta
intimidade com o poderoso para enriquecer. E é evidente também que o exercício
corriqueiro do poder seleciona ganhadores. É parte da própria lógica econômica
medidas oficiais de estímulo à economia. Para estimular a economia, na outra
ponta há os setores que se privilegiam.
Basta juntar tudo no mesmo caldeirão e alimentar o
monstro. Tudo passa a ser criminalizável. É o que comprova a ofensiva da
Operação Zelotes contra uma Medida Provisória que foi aprovada por unanimidade
no Congresso, de mera prorrogação de uma decisão tomada pelo governo anterior,
do PSDB, de estimular a indústria automobilística em regiões menos
desenvolvidas.
Por que a fixação nessa MP? Porque supõe-se que no
final do arco-íris esteja Lula.
É um trabalho extraordinariamente facilitado quando
encontra pela frente um Ministro da Justiça vacilante ou cúmplice, e governos
que não sabem se defender.
Em São Paulo há um controle rígido sobre as ações do
Ministério Público Estadual. As apurações caminham lentamente e jamais chegam
no andar de cima. No máximo vaza alguma coisa para a imprensa, que dura o tempo
máximo de uma edição de jornal.
Tome-se a última denúncia contra a Delta, uma
prorrogação de contrato no valor de R$ 71 milhões aprovado pela DERSA. Na CPMI
da Cachoeira foi desvendada a estratégia da construtora. Ganhava licitações com
preços baixos, tendo a garantia de aditivos posteriores.
No máximo, a investigação baterá em algum subalterno
da DERSA, mesmo com o episódio Paulo “não se deixa um aliado caído no campo de
batalha” Preto ainda fresco na memória de todos.
Na Lava Jato a militância do juiz Sérgio Moro, dos
procuradores e delegados é claramente partidária e alimenta o noticiário há
mais de ano E ai de quem ousar rebater e atribuir à operação propósitos
autoritários. Imediatamente aparecerá na mídia um procurador enviado de Deus
acenando para o ímpio com duzentos anos de prisão.
*Por Luís Nassif, do www.jornalggn.com.br
O LULA SÓ NÃO PRESO POR TEM MUITO DINHEIRO, DEIXOU O BRASIL QUEBRADO E ´NÓS IDIOTAS ESTAMOS PAGANDO A CONTA, ESSA É A VERDADE.............NÃO TEMOS NADA , SEGURANÇA, SAÚDE, EDUCAÇÃO NADA DISSO FUNCIONA NO BRASIL, E O PT MANIPULA A EMPRESA A SEU FAVOR, E COMO JOGAR O LIXO PRA DE BAIXO DO TAPETE....
ResponderExcluirQuebrado como? Em 13 anos de governo não se recorreu ao FMl.Ptocure buscsr outras fonte sem set Veja.
ExcluirO pau que dá em xico dá em francisco! Não tem o chorar. Até agora nenhum acusado mostrou provas de sua inocência, apesar da lei estar do lado do errado, que dispõe de "N" brechas da lei para recorrer e até depois de condenado pedir extinção da pena. Será que um ladrão de galinha tem menos direito que os corruptos de qualquer governo? Tem mais é que apurar e punir democraticamente, perante os rigores (ou não) da lei. A crônica é tendenciosa.
ResponderExcluirTendenciosa e sua mente leitor da InVeja.
ExcluirLeu a crõnica e não entendeu.
Excluir