Charge publicada no New York Times. |
*Por
Kiko Nogueira/DCM
Pela
primeira vez em muitas décadas, Renan Calheiros foi honesto. Na quinta, dia 25,
confessou tráfico de influência ao dizer que conseguiu, no STF, “desfazer” o
indiciamento de Gleisi Hoffmann e seu marido Paulo Bernardo.
E,
dirigindo-se a Lewandowski, admitiu a respeito da Casa que comanda: “Vamos passar para o Brasil e para o mundo a
idéia de que Vossa Excelência, constitucionalmente, está sendo obrigado a
presidir um julgamento num hospício”.
É
uma definição precisa da situação. O destino de Dilma Rousseff está nas mãos de
81 senadores na reta final do golpe. Ninguém faz muita questão de manter as
aparências. A partida já está definida.
A
palhaçada repulsiva que aconteceu na Câmara dos Deputados está se repetindo ali
com doses cavalares de insanidade.
Os
senadores que já se decidiram pelo impeachment respondem a acusações ou
suspeitas de práticas criminosas. Com sua ficha suja, eles vão depor uma cidadã
honesta.
A
falsa normalidade — bem traduzida na expressão “as instituições estão
funcionando” — esconde uma situação absurda. Há espaço até a advogada da
acusação, Janaína Paschoal, perguntar a uma testemunha se ela achava que a
Venezuela era uma democracia. Depois disso, não falta nada.
Abaixo,
a folha corrida de 39 “juízes” de Dilma que entregarão o país a Michel Temer.
Loucura, loucura, loucura.
1.
Renan Calheiros (PMDB)
Em
público, ele diz “não decidi, estou refletindo”. E dá risada. O presidente do
Senado, autor de um aparte vexaminoso que atirou gasolina à fogueira dos
ânimos, tem sozinho 11 inquéritos abertos contra ele. Renan é acusado de ter
recebido R$ 2 milhões de Alberto Youssef para não abrir a CPI da Petrobras na
Lava Jato. Na Operação Zelotes, estaria metido num esquema estimado em R$ 46
milhões.
Ainda
é investigado por pagamento da empreiteira Mendes Júnior à jornalista Mônica
Veloso, sua ex-amante. O caso custou-lhe a presidência da Câmara em 2007. Como
ele não virou réu no processo, ressuscitou politicamente – junto com seus
implantes de cabelo.
Recentemente,
Renan apareceu em grampos do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado,
falando em “acordo” para encerrar a Lava Jato. Este é o presidente da Casa que
está julgando a presidente da República por pedaladas fiscais. Renan atualmente
é o segundo na linha de sucessão de Temer depois da morte política de Eduardo
Cunha.
2.
Romero Jucá (PMDB)
Ex-ministro
do Planejamento de Michel Temer, foi um dos nove integrantes do governo
interino com pendências na Justiça.
Figura
manjada, líder dos governos FHC, Lula e Dilma no Senado, Jucá responde a três
inquéritos por crimes contra o patrimônio, de responsabilidade, falsidade
ideológica e eleitorais.
Ele
é acusado de envolvimento no desvio de verbas federais em obras em Roraima.
Também é investigado sobre a origem e o destino dos R$ 100 mil jogados para
fora de um carro por um de seus auxiliares momentos antes de ser abordado por
policiais durante a campanha eleitoral de 2010.
Outro
inquérito verifica se Romero Jucá e familiares usaram “laranjas” na compra de
uma TV em Boa Vista. O senador nunca esclareceu nada.
3.
Aécio Neves (PSDB)
Citado
na Operação Lava Jato pelo menos cinco vezes, o adversário de Dilma Rousseff
nas eleições de 2014 já falava em impeachment um dia depois de sua derrota.
Achou que ia se dar bem e entregou o país nas mãos de Temer e do PMDB.
Um
dos delatores, o empresário Fernando Moura, falou que Aécio recebeu pelo menos
um terço das propinas da Lista de Furnas, escândalo que estourou na época do
Mensalão com denúncia de Roberto Jefferson.
Nos
grampos de Sérgio Machado, Aécio Neves é apontado como um dos primeiros
políticos do PSDB que seria prejudicado em futuras delações premiadas. Ele
também foi denunciado por Delcídio Amaral, ex-líder do PT no Senado, mas não se
tornou réu em nenhuma das ações.
4.
Fernando Collor (PTC)
Único
presidente até o momento condenado num processo de impeachment por violação da
Lei de Responsabilidade Fiscal regulamentada pela lei 1.079 de 10 de abril de
1950. Foi absolvido pelo STF em 2014.
Collor
tem novas denúncias contra si na Operação Lava Jato. Desde o final de 2015, é
acusado de receber uma propina de R$ 26 milhões paga por Alberto Youssef Paulo
Leoni Ramos e Ricardo Pessoa da UTC. O negócio teria ocorrido por intermédio da
BR Distribuidora.
Homem
fino e equilibrado, chamou o Procurador Geral da República Rodrigo Janot de
“filho da puta” em plenário.
5.
Edison Lobão (PMDB)
Ex-ministro
de Minas e Energia de Dilma e senador pelo Maranhão, cria de José Sarney, Lobão
surgiu nos grampos do delator Sérgio Machado por exigir R$ 500 mil mensais de
pagamento de propina. O delator declarou que só podia pagar R$ 300 mil. Lobão
exigiu pagamento maior por ser ministro da presidenta na época. No olho do
furacão da corrupção, debandou pro lado dos golpistas.
6.
Ronaldo Caiado (DEM)
Líder
do Democratas no Senado, o peso pesado Caiado também teve envolvimento em
escândalos de corrupção. Justo ele, talvez o campeão dos discursos moralistas
contra o PT.
Foi
acusado em março de 2015 de receber propina do bicheiro Carlinhos Cachoeira em
pelo menos três campanhas para a Câmara Federal: 2002, 2006 e 2010. O acusador
foi justamente seu ex-companheiro de partido, Demóstenes Torres, que o definiu
perfeitamente: uma voz à procura de um cérebro.
A
Polícia Federal afirma que investiga o parlamentar, que ainda não sofreu
nenhuma condenação. Caiado ameaçou processar Demóstenes, cassado em 2012 na
Operação Monte Carlo, que apurou máquinas caça-níqueis em Goiás envolvendo
Cachoeira e a construtora Delta.
7.
Antonio Anastasia (PSDB)
Relator
do impeachment, Anastasia é invenção de Aécio Neves e ex-governador de Minas
Gerais entre 2010 e 2014.
O
senador é acusado de receber R$ 2 milhões das empreiteiras Andrade Gutierrez,
UTC, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão e o banco BTG Pactual, todos citados na
Lava Jato.
A
assessoria do tucano diz que as doações foram legais e aprovadas pelo Tribunal
Eleitoral. Sua equipe também diz que o grande volume de dinheiro de campanha
foi necessário porque Minas é um estado “populoso”.
8.
Zezé Perrella (PTB)
Aliado
de Aécio Neves em Minas Gerais e personagem central do escândalo do Helicoca,
Perrella é acusado de ter recebido R$ 1,3 milhão da Assembléia Legislativa para
gastos pessoais entre 2007 e 2010.
O
escândalo com um helicóptero carregando quase meia tonelada de pasta base de
cocaína explodiu em 2013, pouco antes da campanha de Aécio para a presidência.
O Helicoca estava em nome de seu filho Gustavo.
Quando
ainda se declarava em dúvida, ela desapareceu depois que Gustavo Perrella foi
nomeado Secretário Nacional de Futebol pelo ministro interino dos Esportes
Leonardo Picciani.
9.
Fernando Bezerra Coelho (PSB)
Ex-ministro
da Integração Nacional de Dilma Rousseff, é suspeito de pelo menos quatro
crimes: esquema de fraude a licitação, lavagem de dinheiro, tráfico de
influência e corrupção de autoridades federais. O caso corre em segredo no
Supremo, desde uma apuração preliminar em 2008.
O
ministro Luís Roberto Barroso autorizou a abertura de inquérito em junho de
2015 para apurar se o ex-ministro de Dilma está envolvido em tais escândalos.
Até agora, ele não foi condenado no caso.
10.
Garibaldi Alves Filho (PMDB)
Nome
de carreira entre os peemedebistas, Garibaldi foi ministro da Previdência da
presidente Dilma em seu primeiro mandato. Ele foi acusado de receber propinas
avaliadas em R$ 250 mil da empreiteira Queiroz Galvão.
O
desvio de dinheiro seria para o senador e seu filho Walter Alves, o Waltinho. A
informação vazou do grampo do presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
11.
Marcelo Crivella (PRB)
Ex-ministro
da Pesca, o senador é sobrinho do bispo Edir Macedo da Igreja Universal.
Crivella foi acusado pelo Ministério Público Federal de diversas fraudes no
programa “Bolsa Pesca” com a participação de líderes sindicais, além de desviar
dinheiro público para projetos sociais particulares.
Uma
matéria da revista Veja publicada em 7 de maio mostrou que Marcelo Crivella
teria recebido pelo menos R$ 100 mil de empresas ligadas ao doleiro Alberto
Youssef. O parente de Edir Macedo disse que o escândalo é “preconceito contra
evangélicos”.
12.
Marta Suplicy (PMDB)
A
petista de raiz, ex-ministra de Lula e de Dilma, que hoje concorre pela segunda
vez ao cargo de prefeita em São Paulo, chegou a ser condenada por improbidade
administrativa. A sentença saiu em 2014 na Justiça paulista.
Marta
foi condenada por contratar, sem licitação pública, a ONG GTPOS (Grupo de
Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual) para desenvolver ações sobre
planejamento familiar, métodos contraceptivos e sexualidade para os moradores
das subprefeituras de Cidade Ademar e Cidade Tiradentes, ambas na zona leste.
Recorreu da sentença e foi eleita senadora.
Nunca
perdoou Lula e o PT por ter sido preterida no lugar de Fernando Haddad para
disputar a prefeitura em 2012. A mágoa cresceu como o botox em seu lábio
superior. Chegou a gritar que saiu do partido por causa da corrupção, enquanto
dava as mãos para Cunha, Renan, Sarney e Temer no PMDB.
13.
Cristovam Buarque (PPS)
Uma
lista de ex-petistas ressentidos não estará completa sem Cristovam, cuja
“indecisão” foi assunto para especulações nos últimos dias.
O
Tribunal de Justiça do Distrito Federal o condenou em 2011 por improbidade
administrativa. Ele teria usado dinheiro público em material de campanha em
1995 e foi obrigado a pagar R$ 146 mil. O político recorreu da sentença.
O
jornalista e editor Luiz Fernando Emediato também fez uma acusação recente a
Cristovam Buarque. Ele teria usado caixa dois em sua campanha para presidente
em 2006, quando disputou com Geraldo Alckmin e Luiz Inácio Lula da Silva.
A
denúncia foi feita no Facebook e Emediato chamou Cristovam de “ególatra”.
14.
Eunício Oliveira (PMDB)
Ex-ministro
das Comunicações de Lula, ele foi acusado, na operação Sépsis, desdobramento da
Lava-Jato, de receber R$ 5 milhões por meio de contratos fictícios para sua
campanha ao governo do Ceará em 2014, além de ter sido citado em outras duas
delações. Mas nenhum outro depoimento o comprometeu diretamente.
Oliveira
é favorito para suceder Renan Calheiros na presidência da Casa. Rompido há 10 anos
com Sérgio Machado, foi o único integrante PMDB a não ser citado nos grampos
telefônicos.
15.
Valdir Raupp (PMDB)
Senador
foi investigado pela Polícia Federal por suspeita de ter recebido R$ 500 mil da
Refinaria de Manguinhos, controlada pelo empresário Ricardo Magro, que quitou
suas despesas de campanha em 2010.
Os
policiais encontraram notas fiscais de R$ 300 mil emitidas por aliados do
peemedebista, na reta final da campanha, sem indícios de prestação de serviços
para a refinaria no Rio de Janeiro. A defesa do senador, no STF, não se
pronunciou no caso.
16.
Dário Berger (PMDB)
Senador
por Santa Catarina, Dário foi condenado por improbidade administrativa pela
Justiça por um caso ocorrido em 2010, quando era prefeito da capital
catarinense.
Na
ocasião, seu motorista, já falecido, foi preso em flagrante por policiais
rodoviários federais. O veículo tinha placas frias e levava R$ 1850 em
dinheiro, em notas de R$ 20 e uma de R$ 10. O veículo tinha material de
propaganda de candidatos a cargos estaduais e federais.
Em
2009, o Ministério Público denunciou Dário Berger e mais nove por fraudes em
licitação. A denúncia falava em irregularidades, entre 1999 e 2002, nas
licitações para a construção de trechos da Avenida Beira-Mar de São José. Na
época, Dário era prefeito da cidade e seu irmão Djalma Vando Berger era
secretário de Obras.
17.
Sérgio Petecão (PSD)
Réu
num processo do Supremo Tribunal Federal aberto em 2014 por crimes eleitorais
em 2016. O relator do processo é o ministro do STF Teori Zavascki.
Sérgio
Petecão é acusado de participação no esquema de compra de votos em Rio Branco,
no Acre, em troca de vantagens em dinheiro e outros favores. A defesa do
senador afirma que a denúncia carece de indícios materiais ou atos concretos do
parlamentar.
18.
Benedito de Lira (PP)
O
Supremo Tribunal Federal determinou o sequestro de bens do presidente da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Arthur Lira, e do
seu pai, o senador Benedito de Lira, em 24 de fevereiro de 2016. Os dois são
investigados na Operação Lava Jato.
Bens
foram confiscados a partir de uma ordem da Polícia Federal, endossada pelo
Ministério Público Federal. O bloqueio é equivalente a R$ 4,2 milhões. O filho
do senador teve R$ 2,6 milhões apreendidos, enquanto Lira teve R$ 1,6 milhão de
bens bloqueados.
O
senador do PP foi denunciado por três delatores da Lava Jato: O doleiro Alberto
Youssef, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Ricardo Pessoa,
empreiteiro da UTC.
19.
Wilder Morais (PP)
Suplente
que assumiu o posto do senador Demóstenes Torres, Wilder não é investigado pela
Operação Lava Jato. No entanto, ele aparece num grampo comprometedor com o
contraventor Carlinhos Cachoeira, denunciado em 2012.
Em
escutas publicadas na Folha de S.Paulo, obtidas durante as investigações da
Operação Monte Carlo da Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira diz que foi
responsável pela ascensão de Wilder Morais até o cargo de suplente de
Demóstenes.
Os
grampos levaram Cachoeira à prisão. Na gravação, Wilder agradece o apoio do
contraventor. Posteriormente ele disse que a declaração foi apenas para
“encerrar” a conversa no telefone.
20.
Flexa Ribeiro (PSDB)
O
tucano foi escolhido para a primeira-secretaria da presidência do Senado, sob
Renan Calheiros, cargo apelidado entre os congressistas de “prefeito do
Senado”.
Pelas
mãos de Flexa Ribeiro passaram decisões sobre orçamento, uso de apartamentos
funcionais, nomeações e demissões de servidores e deliberações sobre as
vultosas licitações desde 2013.
Ribeiro
responde a processo no STF por suspeitas de que a empreiteira Engeplan, que
pertenceu ao parlamentar e era contratada do governo do Pará, tenha bancado
ilegalmente a campanha de candidatos do PSDB nas eleições de 2002. O processo
está nas mãos do ministro Celso de Mello, decano da corte.
No
mês de novembro de 2004, Flexa Ribeiro e mais 27 empresários e políticos foram
presos pela Polícia Federal durante a Operação Pororoca. A PF os acusou de
fraudes em licitações. As supostas fraudes aconteceram no Amapá e no Pará
através da empreiteira Engeplan, que foi propriedade do tucano até o ano que
ele foi detido.
21.
Dalírio Beber (PSDB)
Ex-presidente
da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (banco Badesc), o tucano foi
figura do escândalo de fraude nas dívidas da instituição.
A
Justiça chegou a decidir pela indisposição dos seus bens em 2007, junto com
ex-diretores do banco. Na ocasião, o Viena Park Hotel estava penhorado e foi
ajudado pelo Badesc numa operação financeira considerada fraudulenta.
22.
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)
Aloysio
foi vice na chapa de Aécio Neves na disputa pela presidência contra Dilma
Rousseff em 2014. Em 5 de setembro de 2015, o ministro do STF Teori Zavascki
autorizou a abertura de inquérito contra o senador com base nas declarações do
empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, em delação premiada.
Pessoa
apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que Aloysio Nunes teria
recebido R$ 300 mil de forma oficial e R$ 200 mil em dinheiro de caixa dois
para sua campanha ao Senado em 2010. O dinheiro, segundo o empreiteiro, seria
propina.
Como
todos, Aloysio Nunes nega as acusações de corrupção da parte de sua campanha
dentro da Operação Lava Jato.
23.
José Aníbal (PSDB)
Suplente
de José Serra, o atual chanceler, Aníbal é investigado por indícios de envolvimento
no escândalo Alstom-Siemens em São Paulo.
José
Aníbal foi acusado pelo executivo Everton Reinheimer, da Siemens, que relatou à
Polícia Federal nomes de parlamentares que participaram do esquema de fraudes a
contratos milionários da CPTM e do Metrô nos governos dos tucanos Mário Covas,
José Serra e Geraldo Alckmin.
O
ministro Marco Aurélio Mello, do STF, determinou à PF a investigação de Aníbal
junto do deputado Rodrigo Garcia (DEM) no dia 6 de junho de 2014. Em fevereiro
de 2015, o processo foi arquivado, apesar dos parlamentares estarem citados no
depoimento de Everton.
Volta
e meia Aníbal aparece em vídeos trocando sopapos com gente que o chama de
“golpista”.
24.
Paulo Bauer (PSDB)
Em
uma gravação publicada pelo site Congresso em Foco em 2009, o então deputado
licenciado Paulo Bauer admitiu que usou uma funcionária fantasma para repassar
a verba para um correligionário no estado de Santa Catarina. Ele teria
declarado a um ex-servidor que mandou dois assessores procurarem “uma mulher”
para “emprestar seu nome”.
O
esquema seria utilizar o nome da pessoa para aceitar a contratação sem ficar
com o salário integralmente, de modo a que os recursos pudessem ser desviados.
O salário dela, de acordo com a gravação, era repassado a um político de Bauer
na região.
Uma
ex-funcionária do gabinete contou que recebia sem trabalhar. Ficava apenas com
o tíquete-alimentação, enquanto o restante do dinheiro repassado à chefia de
gabinete do deputado. O caso foi ignorado pela Câmara dos Deputados e não
comprometeu sua candidatura ao Senado.
25.
Cássio Cunha Lima (PSDB)
Acusado
de compra de votos no escândalo do “Dinheiro Voador”, Cunha Lima foi alvo de
investigação da Polícia Federal em esquemas de desvios de recursos e lavagem de
dinheiro em sua campanha eleitoral de 2006. Tentando se livrar de ser preso em
flagrante, o operador da política local, Olavo Lira, jogou R$ 400 mil do alto
do edifício Concord na Paraíba.
Foi
cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando era governador em 2008,
por abuso de poder econômico e político e uso indevido de dinheiro público. Seu
vice, José Lacerda Neto (DEM), também foi obrigado pela Justiça a deixar o
cargo.
Justamente
por isso, em 2010, foi enquadrado como Ficha Suja. No entanto, foi beneficiado
pela decisão do Supremo Tribunal Federal de só aplicar a nova lei a partir das
eleições de 2012. Com isso, concorreu e venceu a eleição para senador.
26.
José Agripino Maia (DEM)
Agripino
é alvo de duas investigações no STF. Na primeira, ele foi citado na delação
premiada de um empresário do Rio Grande do Norte na qual é acusado de ter
cobrado propina de R$ 1,1 milhão para permitir um esquema de corrupção no
serviço de inspeção veicular do estado. Na segunda, o senador foi apontado como
destinatário de propina da empreiteira OAS nas obras do estádio Arena das
Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014.
As
suspeitas contra o senador do DEM surgiram em depoimentos de investigados na
Operação Lava Jato, mas a PGR pediu que o inquérito não fosse remetido ao
ministro Teori Zavascki, relator dos processos oriundos da operação no Supremo.
Para
a procuradoria, as acusações contra Agripino Maia não estão relacionadas com os
desvios de recursos da Petrobras, principal linha de investigação da Lava Jato.
Mas ele está enrolado com empreiteiras do esquema.
27.
Ana Amélia Lemos (PP)
Candidata
ao governo do estado do Rio Grande do Sul, a ex-jornalista e colunista da RBS
enfrentou acusações sérias em 2014. O site Sul21 divulgou que ela era
funcionária fantasma do Senado e que ela não tinha declarado em sua relação de
bens uma fazenda herdada do falecido marido, o ex-senador biônico Octávio Omar
Cardoso.
O
caso teria acontecido em 1986 e derrubou uma das bandeiras mais moralistas de
sua candidatura como governadora — de que ela não teria “esqueletos no armário”.
Hoje desponta com discursos moralistas contra Dilma Rousseff.
28.
Ivo Cassol (PP)
Senador
do Partido Progressista, foi condenado em 2013 por fraude em licitações quando
era prefeito do município de Rolim de Moura, em Rondônia, entre 1998 e 2001.
A
condenação no STF foi uma pena de 4 anos e 8 meses de prisão no regime
semiaberto (que permite o trabalho durante o dia fora da cadeia), além do
pagamento de R$ 201.817,05.
O
esquema de corrupção em Rondônia teria beneficiado cinco empreiteiras locais. Foram
condenados também os réus Salomão da Silveira e Erodi Matt, respectivamente
presidente e vice-presidente da comissão municipal de licitações.
29.
Gladson Cameli (PP)
É
o único político do Acre citado na lista do Supremo sobre suspeitos de
participação no esquema de corrupção da Petrobras.
O
parlamentar nega envolvimento com a empresa no escândalo e se diz surpreso com
sua citação. Ele passou a ser investigado em março deste ano.
30.
Magno Malta (PR)
O
histriônico senador do Espírito Santo, pastor evangélico, foi indiciado em 2007
pela Polícia Federal por envolvimento no escândalo da máfia dos sanguessugas.
Foi acusado de ligação com o esquema de venda superfaturada de ambulâncias para
prefeituras, suspeito de ter cometido crime de corrupção.
No
caso, o parlamentar foi acusado de receber um Fiat Ducato para apresentar uma
emenda ao Orçamento que destinaria recursos para a compra de ambulâncias. Elas
seriam vendidas por Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas. Malta
foi investigado numa CPI, mas não foi condenado.
Em
agosto, matéria da Folha reproduziu emails de um fabricante de móveis de
cozinha chamado Victor Penna Costa que comprovariam caixa 2 para Malta.
Numa
das mensagens, Costa escreve: “Não existe NF, não declaramos. Veja com Lailton
(tesoureiro da empresa). Favor apagar todos os e-mails sobre este assunto”.
31.
Vicentinho Alves (PR)
Aliado
de Valdemar Costa Neto, réu condenado no Mensalão, Vincentinho acumula
acusações de nepotismo em sua carreira política em Porto Nacional, Tocantins. Depois
de uma faxina no Ministério dos Transportes, culminando no afastamento de
Alfredo Nascimento em 2012, o senador manteve três sobrinhos na pasta.
Vicentinho
Alves, conforme documento apreendido pela Polícia Federal, também foi parceiro
de negócios de Costa Neto na construção de uma PCH (Pequena Central
Hidrelétrica) numa fazenda do senador.
32.
Blairo Maggi (PP)
Apelidado
de “Motosserra de Ouro”, foi alvo de um inquérito arquivado pelo STF na
Operação Ararath. A suspeita era de que Maggi teria sido beneficiado quando era
governador do estado com a suposta “compra” de vaga no Tribunal de Contas do
Estado de Mato Grosso, responsável por fiscalizar gastos do governo
matogrossense.
De
acordo com o Janot, não houve indícios suficientes de crime. O caso foi arquivado
por Dias Toffolli.
33.
Simone Tebet (PMDB)
Em
fevereiro de 2016, o juiz federal Leonel Ferreira determinou o bloqueio de bens
da senadora Simone em função de possíveis irregularidades na obra de reforma do
balneário de Três Lagoas (MS).
A
acusação é de desvios em 2004, quando ela exercia o cargo de prefeita. A
Justiça acatou o pedido do Ministério Público Federal, que alega ter existido
desvio de recursos públicos para financiar campanha eleitoral. Os bens
bloqueados foram equivalentes a R$ 51 mil.
34.
Jader Barbalho (PMDB)
O
ex-governador do Pará foi o último dos barrados pela Lei da Ficha Limpa a tomar
posse no Senado. Jader teve sua candidatura indeferida por ter renunciado, em
2001, ao mandato de senador após ser acusado de desviar recursos do Banco do
Estado do Pará (Banpará), da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia
(Sudam) e do Ministério da Reforma Agrária.
O
senador chegou a ser preso pela Polícia Federal sob a suspeita de integrar uma
quadrilha acusada de desviar mais de R$ 1 bilhão da Sudam, do banco e do
ministério. Ele foi detido em Belém, no ano de 2002.
35.
Raimundo Lira (PMDB)
Líder
da comissão do impeachment, o senador doou à chapa onde era suplente para o
Senado, em 2010, o valor de R$ 870 mil, utilizando recursos que ele não havia
incluído em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, feita no ano anterior.
De acordo com o TSE, a doação foi feita em 12 depósitos em espécie.
O
parlamentar alega que houve um erro de informação e que os depósitos foram
feitos por meio de cheques na boca do caixa, que foram erroneamente computados
pela contabilidade de campanha como dinheiro vivo. Raimundo Lira diz que não
declarou o valor porque a Lei Eleitoral não o obriga a fazer isso, decisão que
é controversa entre juristas.
36.
José Maranhão (PMDB)
Já
respondeu a oito processos no Ministério Público Federal por abuso de poder
político e econômico, compra de votos, conduta vedada e uso indevido de meios
de comunicação. Maranhão foi governador da Paraíba entre 1995 e 2002.
Um
de seus aliados é Cássio Cunha Lima, outro político do PSDB mais sujo que pau
de galinheiro.
37.
Hélio José (PMDB)
Acusado
de incorrer na prática de pedofilia com uma sobrinha em 2010, Hélio José saiu
do PSD no final de 2015 para entrar no — isso não é piada — Partido da Mulher
Brasileira (PMB).
Saiu
da nova legenda no começo deste ano para entrar no PMDB. Num discurso do ano
passado, disse que as mulheres trazem “alegria e prazer”.
38.
Romário (PSB)
Outro
“indeciso” de ocasião que mudou de ideia depois que Temer o deixou nomear o
diretor de Furnas. Em junho de 2016, a Procuradoria-Geral da República pediu ao
Supremo Tribunal Federal para investigar o senador Romário pela suspeita de
receber caixa dois de campanha na eleição de 2014.
Segundo
a investigação, a suspeita é que a empreiteira Odebrecht deu R$ 100 mil ao
parlamentar.
O
indício surgiu a partir de mensagens de celular trocadas entre Marcelo
Odebrecht e seu subordinado Benedicto Barbosa da Silva Júnior no período
eleitoral.
O
Supremo também recebeu uma investigação, iniciada pela Polícia Civil do DF, que
apura se ele cometeu crime ambiental ao construir quadras de futebol e de
futevôlei em uma casa às margens do Lago Paranoá, em Brasília.
39.
Ciro Nogueira (PP)
O
doleiro Alberto Youssef informou à Polícia Federal que o senador recebeu US$
150 mil para integrar o partido no esquema criminoso. A declaração foi feita
num depoimento de 2015, no bojo das investigações da Operação Lava Jato.
Os
recursos não seriam oriundos da Petrobras, mas sim do escândalo do Banestado, de
acordo com o delator.
faltou os nomes de Gleisi Hoffmann (PT)
ResponderExcluirLINDENBERG FARIAS Lindberg Farias (PT)
Humberto Costa (PT)...
Quanta sujeira!! O Sérgio Machado contribuiu muito em sua delação revelando a verdadeira face de muitos políticos. Espero que venham mais delações e que todas as denúncias sejam rigorosamente investigadas.
ResponderExcluirLamentável o PT afundou o Brasil, seus senadores são corruptos por o responsável pelo Blog não puxou a ficha dos deputados pistas,principalmente essa tal de Glesi,com seu marido Paulo Bernardo assaltante de aposentados
ResponderExcluirAlguém pode me dizer o que a vereadora Andréia Costa fez? Cimo vereadora....
ResponderExcluir28 NELES, 28 NELES, 28 NELES, 28 NELES, 28 NELES, 28 NELES, 28 NELES, 28 NELES, 28 NELES, 28 NELES......
ResponderExcluir28 NELES, 28 NELES, 28 NELES...................KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluir