Prefeito de Coelho Neto invade Sindicato dos Servidores Municipais (SINTASP/MCN) e, possuído por fúria desmedida, agride sócios que estavam em assembleia, informa o Blog de João de Sousa.

Prefeito de Coelho Neto, Soliney Silva.

A escola de ditadores da Microrregião de Coelho (que inclui os municípios de Afonso Cunha, Aldeias Altas, Buriti, Coelho Neto e Duque Bacelar) mostrou seu aluno mais expoente: o prefeito Soliney Silva, merecendo, inclusive, já receber o título de pós-graduado em atitudes ditatoriais. A ação protagonizada pelo prefeito de Coelho Neto, sem precedentes em nenhum momento da história do município, no início da noite do último sábado, 24, na sede do Sindicato dos Servidores Municipais, chocou a população do município e das cidades vizinhas.

Partidários da atual administração resolveram organizar e liderar uma “manifestação” de pessoas contratadas sem concurso público que se deslocou pela Avenida Santana com o propósito de ir à frente do sindicato onde haveria uma Assembleia Geral daquele sindicato em comemoração aos seus 23 anos de luta em defesa dos servidores municipais coelho-netenses. O motivo de realização da “manifestação” seria a pressão exercida pelo SINTASP para que o governo municipal emposse os aprovados no último concurso público municipal que já foi prorrogado uma vez e que perde a validade no mês de maio.

O grupo de “arruaceiros”, liderados pelo prefeito, a principio foi contido pela PM, porém, logo após o início da Assembleia, os sócios do sindicato foram surpreendidos pelo próprio prefeito, que possuído de ódio e brutalidade, furou o cerco da polícia e, levando consigo todos os seus asseclas manifestantes, derrubou, com chutes, o portão do sindicato, invadindo e agredindo algumas pessoas.

Uma senhora contratada pelo sindicato para filmar o evento foi a primeira vítima do prefeito enfurecido que a agarrou pelo pescoço, derrubou no chão, e com extrema violência tomou-lhe a filmadora. Outra vítima da fúria do prefeito foi o dirigente sindical Lima Júnior, que agredido pelo grupo liderado pelo prefeito ficou bastante ensanguentado (veja imagem).

Havia crianças no local e, no desespero, mães se trancaram com seus filhos nos banheiros da instituição.

Câmeras fotográficas e alguns aparelhos celulares foram tomados com violência a mando do próprio prefeito que transtornado se preocupava em eliminar todos os registros de sua ação grotesca contra os cidadãos que ali estavam, pacificamente, debatendo questões inerentes à categoria.

Tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Militar haviam sido informadas da Assembleia do SINTASP, que se realizaria naquela tarde de sábado. Inclusive, as polícias foram alertadas quanto à possibilidade de invasão da sede por partidários do prefeito Soliney, o que poderia representar risco de violência.

Após tomar ciência da barbaridade, o vice-governador do Maranhão, Washington Luiz, determinou o encaminhamento de uma viatura do Grupo de Operações Especiais (GOE) e também mais viaturas da Polícia Militar das cidades de Caxias e de Duque Bacelar.

Sob orientação jurídica e com a garantia de sua integridade física, as pessoas agredidas foram à Delegacia de Polícia registrar B.O. e, em seguida, foram ao “Hospital Municipal” fazer exame de corpo de delito. A ida ao hospital foi acompanhada pelo GOE, visto que havia rumores de que o prefeito lá estaria aguardando a chegada dos sindicalistas. 

Prefeito invadir sindicato é algo jamais visto na história do Maranhão e relembra os piores momentos dos anos de chumbo vividos na ditadura militar de 64, onde sindicatos e instituições estudantis eram invadidos, metralhados e até queimados por agentes da repressão do próprio regime. Agora em tempos de democracia causou muito revolta essa atitude violenta, insana e desmedida do prefeito Soliney. Trata-se de uma ameaça clara ao Estado Democrático de Direito e uma afronta à CF que diz no art.8 que “é livre a associação sindical” e no inciso III, do mesmo artigo, “ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas”. Sendo, portanto, que a insatisfação do prefeito, juntamente com um grupelho de contratados ,não podem interferir nas deliberações da categoria reunida na Assembleia.

Veja mais imagens da brutalidade do prefeito Soliney Silva: