Por Reginaldo
Veríssimo
A
leitoada foi uma festa e tanto, digna de aplausos de pé e demorados, citação
esta apreciada pelo conterrâneo José Deusaniro de Faria Freitas Júnior, o
Deusanirinho, uma espécie de reverência que ele faz quando algo lhe
agrada. Festa jamais vista por estas
bandas, ganhou corpo em torno da polêmica relativa ao sumiço de uma leitoa,
iniciada quando o animal estava a ganhar peso em um chiqueiro de conhecidos, de
onde desapareceu, e que seria sacrificada numa festa de amigos, por ocasião dos
festejos de Nossa Senhora Santana em Buriti de Inácia Vaz, ou só mesmo Buriti,
nome oficial da cidade.
Em razão da grande dimensão deste
fato que ganhara as redes sociais, principalmente na plataforma digital do
aplicativo batizado por WhatsApp, mensageiro mais popular do país, o que seria
um encontro de gatos pingados, transformou-se numa grande festa chique, regada
a uma culinária típica das terras de Inácia Vaz, diversificada e farta, teve
leitoa assada e guisada, panelada, feijoada, galinha caipira, churrasco, arroz
branco, de pequi e baralhado, cerveja, refrigerantes, principalmente o Jesus,
música ao vivo com a Banda H3 de Coelho Neto, ideia materializada por Odilene,
e outras coisitas mais, como a distribuição do brinde do chaveiro da leitoa,
inclusive poesia “A abdução de uma leitoa a la Buriti”, de autoria de Reginaldo
Veríssimo, fechando o cardápio.
Agendada com antecedência para o
dia 23 de julho, auge das comemorações católicas da city, em função da
padroeira local, momento em que a maioria dos buritienses forasteiros pudessem
estar presentes, o furdunço realizar-se-ia no Bar do Careca, figura que ficou
conhecida neste episódio como um dos fiadores da abdução da leitoa, mas o
grande rega-bofe mesmo terminou por acontecer na bela e aconchegante chácara da
professora Valdilene, que além de ceder o espaço também, literalmente, meteu a
mão na massa, com a disposição que lhe é inerente.
E por ironia do destino ou mesmo
para livrar-se das indiretas, o Careca vendeu o bar, e segundo ele próprio, o
comprador exigiu as chaves no exato dia da festança. Mas nem assim o esperto
vendedor se livrou das acusações as quais temia, como é amicíssimo do Odair do
Faquinha, o dono da leitoa da confusão, não teve como recusar o convite do
dileto primo, pois passou a festa inteira sendo achincalhado pelos colegas, mas
é claro por pura diversão. Outro implicado no convescote clandestino, o Maspim,
não se importava com as pilhérias a ele dirigidas, presente desde o início, ao
contrário de David, seu filho, que sequer compareceu.
O evento ganhou volume, comando e
organização a partir dos integrantes do núcleo do coletivo do WhatsApp,
denominado Filhos e Amigos de Buriti, citado alhures. Convidados os familiares
e a quem mais se dispusesse a marcar presença. A galera compareceu em peso. Os
originários do grupo, felizes, vestiam camisas comemorativas e tudo.
Deusanirinho, um dos pais do evento, das suas listas de serviços, vieram as
contribuições, os pratos típicos, disso nasceu poesia de cordel que virou
banner, por ele mesmo interpretada, muita comida, bebida, musica, conversa
amiga e diversão, teve até a loção do Armando e
Renardo Almeida no violão.
Confraternização, celebração de
amizades, convívio mesmo que por efêmeros instantes, são os reais e verdadeiros
motivos de uma festa como essa. O factoide da leitoa do Odair, nesse aspecto,
cumpriu a função social de ponte, de caminho, de interligação, um acesso, um
atalho para uma motivação maior, qual seja, a gratificante interação
transmutada das telas digitais dos smartphones em forma de mensagens de áudio
ou de dados, que mais isolam do que incluem, para o corpo a corpo, para o ao
vivo, para o tete a tete, proporcionando muitos significados, aromas,
paladares, audições, visões e quem sabe toques já esquecidos que só ali puderam
ser rejuvenescidos, é a incessante busca pelo enigma.
A leitoada mesmo com a mudança de
local de última hora, não deixou nada a desejar, o sítio da Valdilene nos
proporcionou ambientação saudável, todos puderam exercer suas performances
individuais e coletivas como bem lhe aprouvesse, sem constrangimentos, seja no
prato com a leitoa assada ou cozida, na mesa de conversas, dançando com seus
pares, ouvindo músicas bacanas, poesia de cordel, discursos de agradecimentos,
roteiro para novos encontros e cerveja gelada, item que deve sofrer adaptações.
No mais foi um golaço. Parabéns a todos os filhos e amigos de Buriti, direta e
indiretamente, envolvidos na organização dessa belíssima festa. Que venham
outras e outras mais.
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Parabéns por essa belíssima festa...
ResponderExcluiraliandro vc não bota todos os comentarios cade a liberdade de expreção
ResponderExcluirAmigos e filhos de Buriti??????
ResponderExcluirEssa meia dúzia de seres, são apenas esses os filhos de Buriti?
thanks
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