Estudantes com renda familiar per capta de até R$
1.431, cerca de um salário mínimo e meio, representam atualmente 70,2% dos
alunos das universidades federais brasileiras, segundo levantamento divulgado
na última semana pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes).
A quinta edição da Pesquisa do Perfil
Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação, realizada pela internet
em 63 universidades federais das cinco regiões do país e em dois centros
federais de Educação Tecnológica, mostra também que a inclusão de estudantes
mais pobres aumentou bastante de 2003 para 2018, subindo de 42,8% para 70,2% do
perfil de baixa renda. Estudantes de escola pública, que compunham 37,5% do
total, hoje são 60,4% dos graduandos.
Segundo a Andifes, um dos principais vetores desse
aumento de igualdade nas universidades federais se deu pela Lei de Cotas, que
garante metade das vagas para estudantes do sistema público e reserva vagas
para indígenas, pretos e pardos.
Atualmente, 51,2% do total de estudantes se
identifica como negro, três vezes mais que em 2003. Indígenas representam 0,9%,
número, que duplicou entre 2014 e 2018.
"Os dados desmistificam qualquer tipo de
informação que as universidades hoje são majoritariamente da elite econômica,
que poderia sustentar parte dos gastos das instituições", disse, à EBC, o
presidente da Andifes, Reinaldo Centoducatte.
Para a coordenadora da pesquisa, professora
Patrícia Vieira Trópia, a pesquisa, além de ajudar na gestão das instituições,
contribui para o "caráter público, gratuito, de qualidade e
inclusivo" das federais.
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