Companhia avaliava ofertas de concorrentes de telefonia móvel
DA Agência Brasil
A operadora de telecomunicações Oi anunciou um
acordo de exclusividade com a empresa de infraestrutura Highline
Telecomunicações do Brasil para a negociação de sua área de telefonia
móvel. Segundo a Oi, a companhia apresentou a melhor “oferta vinculante” para
aquisição acima do preço mínimo definido.
O acordo não significa a conclusão da venda, mas um
acerto de que a Oi seguirá as tratativas com a Highline. Até então, a
telefônica estava avaliando possibilidades de venda com outras companhias do
setor, como TIM, Vivo e Claro. O acordo é válido até 3 de agosto, mas pode ser
prorrogado.
De acordo com o documento da Oi, o acordo visa
“garantir segurança e celeridade às tratativas em curso entre as partes e
permitir que, uma vez satisfatoriamente finalizadas as negociações dos
documentos entre as partes, a Oi tenha condições de pré-qualificar a Highline
para participação no processo competitivo de alienação da UPI [unidade que será
vendida], garantindo assim o direito de cobrir outras propostas recebidas no
referido processo”, explica o texto.
O anúncio marcou uma mudança na condução da
reestruturação da Oi até o momento. A concessionária presta serviços de
telecomunicações e explora infraestrutura originada do Sistema Telebrás em 26
Unidades da Federação, com exceção de São Paulo (onde a Telefônica Vivo opera a
exploração).
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Quarta maior operadora móvel do país, a Oi foi
resultado da fusão da Brasil Telecom com a Telemar. Diante de problemas de
gestão, pediu recuperação judicial em
2016 e, desde então, tenta equacionar sua situação financeira.
As negociações de suas operações móveis com as
demais operadoras – TIM, Vivo e Claro – indicavam que estas dividiriam a
participação de mercado da Oi. Com o acordo de exclusividade da Highline, entra
em cena uma provedora de infraestrutura a outras firmas, no lugar de uma
empresa de serviços móveis ao usuário final.
Se a Highline concluir a aquisição da unidade
móvel, uma possibilidade é que as redes da Oi, como estações rádio base e
outras infraestruturas, sejam integradas. A Highline ainda não anunciou como
será o modelo de exploração da infraestrutura nem quem poderá utilizá-la para
fornecer conexão de telefonia celular ao usuário final.
CRÍTICAS
A Federação Interestadual dos Trabalhadores e
Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações (Fitratelp) é contrária ao
fatiamento da Oi (venda de diferentes unidades a distintos compradores). Para a
entidade, a empresa deveria manter-se como agente econômico que presta serviços
em diversas modalidades.
“Como ela ainda está cumprindo recuperação
judicial, e se isso precisa ser aprovado por um juiz, vamos votar contra a
proposta de fatiamento. Isso não vai favorecer a população, mas é para
favorecer os fundos abutre que adquiriram ações da Oi. Será que a Highline vai
ter condição de competir com as demais? Ainda não está claro o que seria
comprado”, pondera o presidente da entidade, João Moura Neto.
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