Coluna ALÉM DO DIVÃ - Filosofia e Psicanálise – FREUD E A GLOBALIZAÇÃO

 ·        Por Josealdo Silva, filósofo e psicanalista

FREUD E A GLOBALIZAÇÃO

O homem de hoje, da era da globalização, não é mais como o homem de antigamente. Suas necessidades não são mais as mesmas. Na procura das paixões e dos desejos, desse sujeito globalizado que se transforma, a psicanálise avança para além de seu percurso tradicional.

A psicanálise, ou melhor o pensamento freudiano, é difundido em demasia, onde o mesmo é usado para dar justificativa a tudo: o casamento que se desfez, a morte de alguém próximo, o fracasso escolar, a violência despropositada. Nada mais tem importância porque "Freud explica".

Mas a psicanálise, que não padece pelo o desconhecimento, busca consequência para o que escapa ao sentido, para além do pai, além do Édipo, o ponto de incompreensão repetitiva, a pedra no meio do caminho, o "mais forte do que eu", ao qual ninguém escapa. Se um dia a grande contribuição da psicanálise estava fundamentada em "Freud explica", hoje, mais do que nunca, a preocupação do psicanalista é apresentar ao analisando o osso de sua existência, a "pedra" diante da qual o analisando terá de inventar algo novo.

A psicanálise de hoje privilegia o "Freud não explica" contrariando assim as soluções totalitárias e dando uma oportunidade ao desejo e à invenção do novo.

  SOBRE O AUTOR

JOSEALDO SOUSA SILVAnatural de Chapadinha/MA, é formado em Filosofia (UEMA), com licenciatura em Filosofia Cristã pela Faculdade Filadélfia (CE), e graduado em Psicologia (Faculdade Pitágoras), pós-graduado em Psicopedagogia Clínica (Faculdade FAMEP/IESF) e psicanalista praticante, membro da OrLa-Centro Psicanalítico do Maranhão. 

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