CASSAÇÃO A VISTA: Testemunhas Reafirmam, em Audiência, Que Houve Compra de Votos na Eleição de Rafael Mesquita.

Defesa se diz confiante, mas os indícios de que o prefeito será cassado são fortes.

Ação de investigação eleitoral de pedido de cassação de diploma de Rafael Mesquita pode ter desfecho desfavorável ao prefeito já na próxima semana.

O juiz substituto na comarca de Buriti, Dr. Mário Henrique Mesquita Reis, ouviu, no último dia 6 de setembro, várias testemunhas em processos que pedem a cassação do prefeito Rafael Mesquita. A denúncia é de compra de votos e abuso do poder econômico na campanha eleitoral de 2012. De acordo com os autos, as pessoas ouvidas teriam recebido dinheiro vivo e material de construção (telhas, portas, etc) de cabos eleitorais com a finalidade de conquistar votos.

A ação de investigação eleitoral (AIJE), processo Nº 168/2013, foi provocada pela Coligação “Buriti de Todos Nós”, encabeçada por Naldo Batista, o principal beneficiado, caso se confirme a cassação do diploma de Rafael e do seu vice Raimundo Camilo.

DETALHES DA AUDIÊNCIA

A audiência, prevista para as 9h, teve início de forma tumultuada em decorrência do sumiço de uma página da peça acusatória. A defesa do prefeito tentou de todas as formas atrasar o andamento da audiência, pois como disse um dos advogados do prefeito “a ausência de uma folha poderia comprometer fatalmente o processo” e que seria necessário “que se apurasse se o fato foi criminoso ou mesmo descuido da acusação”.

Ciente da manobra, o Juiz Dr Mário Henrique prosseguiu com as oitivas, que visavam apurar as denúncias de compra de votos na eleição do prefeito de Buriti.

 Foram ouvidas, pelo menos, seis testemunhas de acusação e duas da defesa. Uma delas que deporia para negar o depoimento de outra testemunha da defesa chegou a passar mal e não foi ouvida. Ao final, os advogados de Rafael (quatro no total) dispensaram suas próprias testemunhas presentes na audiência.

Com a garantia do anonimato, o Correio Buritiense (CB) ouviu duas das pessoas que afirmam ter recebido vantagens para votar em Rafael.

A testemunha T.C.S. afirmou ao CB que teria conseguido  duas mil telhas com o ex-prefeito Neném Mourão para votar no mineiro Rafael. Já F.C.O. confirmou  o recebimento de 100 reais para votar no atual prefeito. De acordo com elas, muitos outros conhecidos teriam recebidos, além, de vantagens em dinheiro, manilhas e portas para casas.

É importante destacar que vários Tribunais Eleitores, em todo País, consideram as provas testemunhais como elementos suficientes para comprovação de compra de votos.

Ademais não custa lembrar que o grupo político que gerou o atual prefeito tem como principal sustentáculo o ex-prefeito Neném Mourão, um especialista nessa área, tanto que no ano de 2009, todos devem lembrar (mas podem acessar o link aqui para rever), ele foi cassado por abuso de poder econômico, acusado de doar dinheiro, pares de chuteiras, cestas básicas e telhas a moradores da cidade em troca de votos (o material, inclusive, era transportado em veículos da própria prefeitura).

A decisão sobre a cassação deverá sair pelos próximos dias, pois nessa Ação o juiz publicou na última quarta–feira (10), veja abaixo, um despacho no qual determina que os acusados, a defesa e o Ministério Público Eleitoral apresentem suas alegações finais no prazo de dois dias para que, então, ele conclua com a sentença.

O povo de Buriti, carente de muita coisa (saúde, educação de qualidade, esporte, etc), e, antes de mais nada, de justiça, clama por ela e pelo fim desse império de privilégio escandaloso montado pelo ex-prefeito Neném Mourão e continuado pelo seu apadrinhado  mineiro, Rafael Mesquita.

Com a palavra final o Juiz Dr. Mário Henrique Mesquita Reis.

VEJA IMAGENS DO DIA DA AUDIÊNCIA

À esquerda, prefeito Rafael Mesquita - mais enrolado que rocambole.

À direita: de camisa listrada, Naldo Batista( 2º colocado em 2012) e de rosa, Dep estadual Marcos Caldas.

Em destaque, no centro, Ednaldo Moreira, vice de Naldo Batista.