COMEÇOU A DEGOLA EM BURITI-MA: Demissões em série de contratados na Educação geram indignação e preocupação entre servidores e comunidades escolares
A medida deve ampliar a sensação de falta de dinheiro no município
A gestão municipal de Buriti (MA)
iniciou uma série de demissões no âmbito da Secretaria Municipal de Educação,
atingindo servidores contratados que atuavam em funções de apoio, como
auxiliares administrativos, vigias e zeladores, em escolas da zona urbana e
rural.
Segundo informações obtidas
pelo CORREIO BURITIENSE junto a fontes próximas ao governo, os cortes variariam
entre as unidades escolares, a depender do tamanho e da estrutura de cada
escola. O processo, segundo relatos, já estaria em andamento mesmo com o ano
letivo encerrando de forma antecipada, no dia 29 de novembro, e não poupou nem
mesmo aliados da campanha eleitoral de 2024.
As dispensas teriam sido
determinadas sob o argumento de necessidade de ajuste financeiro, mas geraram
preocupação e críticas entre servidores e representantes escolares. Em conversas
com o editor do blog, interlocutores manifestaram indignação com o momento das
demissões, classificando a medida como “cruel” e “inoportuna” diante da
proximidade das festas de fim de ano.
“Como é que essas pessoas vão
sobreviver agora, se estavam contando com esse salário pra dezembro?”,
questiona uma das fontes, sob condição de anonimato.
Fonte do alto escalão confirma
demissões e cita “queda de recursos”
O Correio Buritiense confirmou
as informações sobre os desligamentos com um servidor do alto escalão da
Secretaria de Educação, ouvido sob anonimato. A fonte preservada reconheceu as
demissões e atribuiu a decisão à redução de repasses financeiros ao município
nos últimos meses.
“Foi a queda de recursos que a
gente teve. Achamos por bem rever essas pessoas, como vigias, onde não havia
necessidade. Não adianta manter e depois não poder pagar”,
disse o servidor.
De acordo com a fonte, os
contratados receberão pelos dias trabalhados até a data de 10 de novembro, e há
possibilidade de retorno em 2026, após avaliação de desempenho de cada
funcionário. A medida, segundo explicou, não atinge professores regentes, que
devem concluir o ano letivo normalmente.
Ainda conforme a mesma fonte,
os cortes ocorrem de forma pontual, com variação de um a três servidores por
escola, e há unidades que não sofreram nenhuma baixa. Em locais onde
há obras em andamento, as atividades estão sendo mantidas de forma remota, sob
responsabilidade dos diretores, “sem prejuízo aos alunos”, afirmou.
Embora a Secretaria justifique
as demissões pela queda de receita, dados públicos do Fundeb, disponibilizados pela Confederação Nacional dos Municípios-CNM, indicam que Buriti tem estimativa de orçamento anual de cerca de R$ 78,8 milhões, com margem de
até 30% de recursos livres, o que poderia permitir a manutenção dos contratos
até o encerramento das atividades escolares.
Além disso, conforme
levantamento do CORREIO em diários oficiais, a prefeitura firmou recentemente quatro
Termos de Colaboração com o Instituto Ribeiro de Vasconcelos (IRDV),
sediado em São Luís, somando R$ 12,7 milhões — valores destinados à contratação
terceirizada de serviços nas áreas de Saúde, Administração e Assistência
Social.
A coincidência entre o volume
de recursos movimentados por esses contratos e o início dos cortes no quadro da
Educação levanta questionamentos sobre as prioridades de execução orçamentária
da gestão André Gaúcho.
Muitos contratados dispensados mantêm o silêncio envergonhado, até mesmo por alguns terem votado no atual prefeito, e os que se manifestam relatam incerteza sobre o pagamento proporcional e afirmam que a medida antecipa o impacto financeiro de dezembro, quando tradicionalmente ocorre o encerramento contratual. Para muitos, o corte em pleno mês de novembro compromete o planejamento familiar e agrava o cenário de vulnerabilidade.
Essas demissões também deterioram ainda mais a imagem da atual gestão, que já vinha sofrendo arranhões nas redes sociais e no boca a boca, só que agora principalmente entre aliados que vão sentir o impacto diretamente no bolso e abre cada vez mais espaço para o discurso oposicionista da falta de eficiência e eficácia do atual governo municipal.
O Correio Buritiense tentou contato a secretária de educação Cleane de Jesus, mas não teve sua ligação atendida. A Secretaria Municipal de Educação e a Prefeitura de Buriti-MA ainda não emitiram nota oficial sobre o assunto. O CORREIO mantém aberto o espaço para manifestação das partes citadas e irá acompanhar essas medidas administrativas e os efeitos sociais das demissões.

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