MAIS VELOCIDADE DE INTERNET MÓVEL: Anatel confirma licitação para tecnologia 5G no primeiro trimestre de 2020
Representante do Ministério de Ciência e Tecnologia
diz que tecnologia pode permitir, por exemplo, implantação de câmaras de
reconhecimento facial na sala de aula. Deputados se preocupam com instalação de
mais antenas nas cidades e com a falta de internet nas escolas
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
confirmou a licitação para a quinta geração de telefonia móvel, o chamado 5G,
no primeiro trimestre de 2020. A informação foi dada por Felipe Lima,
representante da agência, em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta
quarta-feira (15).
De acordo com Lima, a ideia é que o 5G chegue a
áreas sem cobertura de celular hoje. Segundo ele, 5.400 cidades brasileiras têm
cobertura de 3G, que chegaria a 97% da população; e 4.400 cidades têm cobertura
de 4G, chegando a 95% da população.
ÁREAS SEM SINAL
O deputado Ted Conti (PSB-ES) destacou que muitas
escolas brasileiras ainda não têm acesso à internet e que em muitas áreas ainda
falta sinal para possibilitar, por exemplo, o uso de cartão de crédito. “É
muito importante que a gente avance, mas no País como um todo”, opinou.
Diretor regulatório do Sindicato Nacional das
Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil),
Sérgio Kern alegou que as concessionárias de telecomunicações já cumpriram as
obrigações previstas pela Anatel, assegurando sinal na sede dos municípios e 30
quilômetros ao redor. Segundo ele, nas outras áreas, o serviço só chega se
houver interesse comercial. Ele pediu que a licitação da Anatel para o 5G não
tenha viés arrecadatório, mas sim imponha obrigações para as empresas, como a
cobertura nas áreas que hoje não têm sinal de celular.
RECONHECIMENTO
FACIAL
Secretário de Telecomunicações do Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Vitor Menezes destacou que o 5G
permitirá aplicações como carros autônomos, agricultura de precisão e cidades
inteligentes. Ele salientou que o 5G não é evolução do 4G. “É uma tecnologia
nova e disruptiva, que promete alterar a forma como vivemos”, disse.
Vitor Menezes citou ainda a possibilidade de
implantação da tecnologia de reconhecimento facial na sala de aula, como já
ocorre na China, por exemplo: “Muitas vezes famílias muito pobres recebem o
Bolsa Família e colocam a criança no sinal para pedir esmola ou para trabalhar
no campo. Com o 5G você pode colocar uma tecnologia de identificação facial
dessas crianças na sala de aula, e isso gera um dado de presença dessa criança,
que pode ser enviado diretamente para o ministério que cuida do Bolsa Família,
e o corte é feito automaticamente. ”
MAIS
ANTENAS
Representantes de empresas de telecomunicações
pediram mudanças na legislação federal (Lei 13.116/15) e
municipal para facilitar a instalação de antenas nas cidades brasileiras. “O
modelo atual é um entrave significativo, a burocracia é excessiva, os prazos
para licenciamento são extensos”, afirmou Sérgio Kern. O representante do
SindiTelebrasil mencionou que há 2.800 pedidos de licença para instalação de
antenas sem liberação apenas na cidade de São Paulo.
Tomás Fuchs, vice-presidente da Associação Brasileira
das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), disse
que o Brasil tem hoje 70 mil antenas 4G, e será necessário cinco vezes esse
número para a tecnologia 5G. Ele citou a possibilidade de cirurgias remotas e
ensino à distância a partir da implantação da tecnologia 5G. E destacou ainda
que 1/3 da população que trabalha hoje não está atualizada para a evolução
tecnológica.
O deputado Gustavo Fruet (PDT-PR) preocupa-se com o
impacto de novas antenas no espaço urbano; com o impacto no custo para o
usuário brasileiro; com a utilização indevida da tecnologia; e com o
desenvolvimento da indústria nacional. Marcio Jerry (PCdoB/MA), por sua vez, salientou a falta de recursos
para a área de ciência e tecnologia, que recentemente teve bloqueio de 42,7% do
orçamento.
VELOCIDADE
Segundo o vice-presidente de Pesquisa e
Desenvolvimento do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações
(CPqD), Alberto Paradisi, a velocidade de transmissão do 5G é dez a cem vezes
maior do que no caso do 4G.
O debate foi promovido de forma conjunta pelas
comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de
Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputado, a pedido do deputado Félix
Mendonça Júnior (PDT-BA).
Da Agência
Câmara Notícias
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