*Por Djalma Passos
Foi
num dia sete de Setembro, já bem distante. As principais Escolas da cidade, que
desfilavam em Homenagem ao Dia da Pátria, estavam engalanadas nos seus pátios
internos, esperando a hora da aparição em público. Eu, ORGULHOSO, afinava os
sons da MARAVILHOSA CORNETA, pois era o único Corneteiro do Grupo Escolar Antônia
Faria, depois do meu Irmão Wilson, o primeiro a tocar aquele instrumento na
mesma Escola.
Eu
e os colegas tarolista, os responsáveis pela marcação com os tambores surdos,
treinávamos, para fazermos uma boa apresentação.
Era
uma grande emoção, um tempo em que os estudantes se orgulhavam e se sentiam
honrados em vestirem as fardas escolares, principalmente em dias de festas
cívicas.
Na
Praça da Matriz, a veneranda Escola Paroquial e no extremo da cidade as
Importantíssimas Escolas Reunidas Municipais, prontas para a renhida disputa
para conquistar o primeiro lugar no desfile. Cada uma se esmerava, de acordo
com suas condições. Eu era um jovem senhor de onze anos de idade. A minha
namorada era uma jovem senhorita de dez anos. Ela fazia parte da equipe
esportiva da Escola Paroquial, pilotando uma bicicleta Monark, enfeitada com as
cores da Bandeira Nacional brasileira, trajava um short que o comprimento das
pernas alcançava o meio das canelas, um escândalo na época, para alguns muitos
pudicos fofoqueiros. Após o desfile, uma festinha de uma hora e meia de duração
patrocinada pela Prefeitura, para os estudantes. A orquestra era a do Saudoso
Zuzinha, com os seus irmãos Chichico e o Delegado, que sempre depois do
contrato da Prefeitura, atendiam a nossa Negociação, para prorrogar a Festa, de
acordo com o que conseguíamos arrecadar entre NÓS, era o máximo. Começada a
Festa, os namorados, que no decorrer do namoro, somente podiam tocar as mãos
entre si, às escondidas, esperavam o momento da dança, para realizar o sonho
maior, um Abraço ao corpo das amadas e dos amados. Então, comecei a dançar com
a minha namorada, aquela quase NUA, como a descrevi, e assim prosseguimos até o
final da Festa, à luz do dia e à vista dos curiosos de plantão.
Final
de festa, todos felizes e, caminho de casa, já desacompanhados.
Por
volta das sete horas da noite, linguagem interiorana, é chegado o momento do
reencontro com a minha AMADA.
Frustração, ela não apareceu!
O
nosso pombo correio, que, aliás, era uma pomba, levou-me a trágica notícia. O
Senhor Tabelião, dono da casa onde ela se hospedava, havia mandado um recado
para o pai dela, que residia num povoado fora da cidade, pedindo a presença
dele imediatamente, em razão de sua filha estar prestes a ser DEFLORADA, este
era o Crime, naquela ÉPOCA, que respondia o homem que desvirginasse uma
donzela. Foi um suplício que tomou conta da minha mente. O que fazer? Casar, fugir
sozinho para não ser preso?
O
meu avô era Capitão do Exército brasileiro, de patente Comprada, mas Valia,
então eu estava salvo, pensei.
E
a minha AMADA, como ficaria, Desonrada e sem o meu apoio moral?
Não
me conformava e imaginei construir a defesa dela diante dos seus Pais e da
sociedade. O único meio seria comprometer-me a reparar o Crime de Amor,
casando-me solenemente na IGREJA e no Cartório, afinal eu era Homem de Responsabilidade,
igualzinho ao meu Pai, que casara novo (dezenove anos) com a minha mãe (de 20
anos).
Plano
quase perfeito, não fora a minha profissão: estudante, carregador de água para
a casa dos meus avós, onde eu morava no período escolar, aguador de plantas do
quintal, coletor de capim para os animais e juntador de cascas de babaçu pra
fazer brasa pra assar bolos no forno de barro da minha avó, uma psicopedagoga
de Palmatória e Chiquerador de couro de boi seco, minha empregadora.
Desilusão, não poderia
assumir aquela responsabilidade, embora fosse o meu desejo sincero.
Três
dias de sono atribulado e ao final do último dia, a nossa pomba CORREIO trouxe
a melhor notícia e salvação, um bilhete em papel enfeitado, modelo envelope-coração,
no qual estava escrito: o papai não brigou comigo. Espere-me na frente do
Coreto, no horário de sempre!
Ah,
esta Praça, esta Cidade, aquela Gente amiga, apesar das fofocas inerentes a toda
comunidade humana, são imorredoras na minha mente, na minh’alma e no meu
coração!
Nunca
te ESQUECEREI, minha Buriti querida!!
SOBRE O AUTOR

Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.
liso eu acho que não. ninguém quer liso.isso é o que a música falar.deles do 22 .agora vamos vê o eles vão fazer.agora o tal sonhado w hospital sair né. porque se não sair. agente vai comprar pra isso... Prefeito entrar . prefeito sair .
ResponderExcluirO amigo cometeu dois equívocos normais: tratando de política no texto narrativo do Djalma e quando escreveu que irá "COMPRAR" do Arnaldo a promessa da construção do Hospital. O certo é COBRAR. É natural essa confusão quando estamos com dinheiro no pensamento.
ExcluirBela história de infância
ResponderExcluirHistória interessante!!
ResponderExcluirHistória interessante!!
ResponderExcluirBela narrativa Dr.Djalma!
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