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Coluna SEXTA DE NARRATIVAS - DIÁLOGO E LÁGRIMAS COM UMA RUÍNA HISTÓRICA

Estávamos ali, frente um ao outro, nos fitando, eu a conhecia muito bem, era a Ruína de um prédio histórico da minha Buriti querida e amada.

Outrora o prédio imponente da Prefeitura Municipal, Sede das Escolas Reunidas Municipais, o Fórum da Comarca, Sede dos Cartórios Notariais e Registros de Títulos e Documentos, nos fundos, abrigo do primeiro Motor de Força e Luz elétrica da cidade, um Orgulho de toda a população buritiense. 

Nele eu fui registrado e já Operador do Direito, advoguei.

Ela inquiriu-me com voz embargada: quem é VOCÊ, meu cidadão, que me visita e parece tão triste quanto eu?

Naquele instante, foi como se uma centelha iluminasse a minha mente e trouxesse todo o meu passado e dela, a Ruína, cujos passados se confundiam numa simbiose perfeita. Sorri e chorei, sem contraste, porque era um REVIVER de Glória de um garoto e de um Prédio Público onde a VIDA de um povo nasceu um dia e floresceu para lhe servir, inclusive reservando a sua História para ser revivida e contada aos seus descendentes e visitantes.

História de Gloria, então eu disse-lhe: sou filho desta Terra, Te conheci um Jovem respeitado e responsável repositório do Poder, dos sonhos dos filhos deste Torrão Sagrado, dos nossos Registros de Nascimentos, dos Registros das nossas Propriedades, dos Registros de Criação das nossas primeiras Escolas públicas.

Na tua frente celebrávamos a Independência da nossa Pátria em desfiles estudantis monumentais que demonstravam AMOR, Civismo, Religiosidade e Respeito às Famílias.

AQUÍ, diante de Ti Jovem Prédio, eu menino fui o poeta Tomás Antonio Gonzaga, o Dirceu da Marília de Dirceu recitando para a cidade inteira, junto a tantos outros meninos e meninas poetas, poetisas e artistas, representante de todas as escolas desta Terra berço.

A velha Ruína coberta de uma verde ramagem natural que parecia um Traje de um Rei, também me olhou, sorriu e deixou cair duas pesadas lágrimas e retrucou: meu Senhor, desculpe-me, meu MENINO, imitando o fenomenal poeta maranhense Gonçalves Dias, eu Te digo, eu Vi e Vivi esta história que acabas de relatar tão fielmente tal qual aconteceu.

Eu renovei agora, a minha memória e dentro de mim renasceu a doce esperança, de que outros filhos da Pátria Buriti, ouçam a tua voz, e lembrem-se de que mesmo carcomida pela pelo abandono de alguns ingratos, eu possa ainda sarar-me destas feridas e voltar a ser, pelo menos o relicário antigo dos bons feitos e quem sabe servir de abrigo aos amantes de todas as artes, para a exposição das suas criações!

Obrigado pela visita e por ter-me renovado a ESPERANÇA de uma RESSURREIÇÃO.

Eu a abracei, naquele momento, sem lágrimas, aliviado, feliz e prometi-lhe: LUTAREI por Ti e pela tua Volta, meu HERÓI INESQUECÍVEL!

Ela esboçou um sorriso e soprou na direção da Ramagem. Duas folhas caíram em minhas mãos e eu as guardei com muito Carinho e Amor, como lembrança do nosso pacto, que eu o CUMPRIREI, com a ajuda da nossa Trindade Divina e da nossa Mãe Maria Santíssima, em quem CREIO E CONFIO!

                     


SOBRE O AUTOR

É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.

Comentários

  1. Meu amigo Djalmão, comecei a sexta bem, lendo.sua narrativa ao som dos pássaros. Obrigado.

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  2. Sugestões de termas para narrativas,se você me permitir, meu amigão Djalma: carro-de-boi, alambique, futebol daquela época, a tradição/comportamento das pessoas na semanda semana, troca de mercadorias por bolos. As viagens dos estudantes para São Luís, Teresina e Parnaíba.

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  3. Sextouuuu e eu aqui lendo mais uma bela narrativa do Dr.Djalma!

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  4. Caro amigo Djalma Passos quero aqui agradecer por essas belas lembranças com muito orgulho sou filho desta terra sempre aguardo suas colunas com anciosidade pois sei que vou me deleitar com muita cultura e sabedoria nesta coluna de hoje relembrei de uma parte de minha infância pois sempre que possível ao retornar à nossa terra visitava nosso saudoso manezinho que por sua vez faz parte da linda história de nossa cidade venho aqui agradecer por sua luta em manter as memórias de nossa terra.
    aqui termino aguardando ancioso por sua proxima coluna
    ASS:LEONILSON PIMENTEL

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