Jovens de Buriti e municípios vizinhos denunciam condições precárias de trabalho em fazenda de Goiás e buscam assistência para retornar ao Maranhão
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Trabalhadores foram deixados ao relento na cidade de Formosa(GO) |
Um grupo de jovens trabalhadores denunciam uma situação preocupante nesta quarta-feira 27/9 ao CORREIO BURITIENSE. Em relato desesperado e pedido de ajuda, eles apontam terríveis condições de trabalho em uma empresa agrícola localizada no estado de Goiás. Esses jovens compartilharam suas preocupações em relação à alimentação, ao alojamento, às condições insalubres e até mesmo ao não cumprimento no pagamento de salários, destacando a necessidade de retornar às suas casas.
Os jovens que denunciam foram recrutados em Buriti, Coelho Neto, Duque, Chapadinha e outras cidades do interior do Piauí, e formam um grupo de 60 pessoas no alojamento da cidade de São Gabriel (GO). Destes, 13 jovens foram encaminhados para cidade de Formosa (GO), sob a justificativa que seriam levados de volta ao Maranhão com direitos pagos, porém, segundo relataram os jovens, quando chegaram na cidade a conversa já foi outra, a de que eles não receberiam nada.
Cabe
destacar que quando foram cadastrados para trabalhar na colheita de cebola nas
fazendas da RURAGRO, os jovens receberam informações de que seriam acomodados
em hotéis e teriam renumeração de um salário e de R$ 1,50 por caixa colhida e R$
1,20/m2. Entretanto, quando começaram a trabalhar o valor da caixa
de cebola caiu para R$ 1,20 e do metro quadrado, para metade do valor acordado,
R$ 0,60 (sessenta centavos). Aí o grupo
que protestou pelo valor inferior do combinado e das condições insalubres foi
mandado embora. Os demais ficaram porque precisariam juntar dinheiro para pagar
as próprias despesas para voltar ao Maranhão.
Os
trabalhadores também denunciaram, por meio de vídeos e áudios compartilhados
via WhatsApp para CORREIO BURITIENSE, que estão sem se alimentar durante todo o
dia e jogados ao relento sem nenhuma explicação por parte da empresa.
O Portal da Cidade, de Coelho Neto, também recebeu denúncias de jovens daquela cidade na mesma situação e publicou reportagem do caso ontem (CLIQUE AQUI PARA LER). Além Tudo contendo registros de imagens das condições precárias dos alojamentos, incluindo colchões sujos e camas quebradas. Num dos relatos ao Portal, um dos jovens afirmou que vivem em condições que se assemelham à escravidão: "Os barracões são fechados às 22h, e não é permitida a entrada ou saída após esse horário. Não podemos ir à cidade e nem possuir transporte próprio. Aqui somos vigiados 24 horas por dia", disse um dos jovens que não se identificou para reportagem.
É importante observar que, de acordo com o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, a submissão a condições degradantes de trabalho e a restrição da locomoção do trabalhador são consideradas análogas à escravidão.
O Correio
Buritiense não conseguiu nenhum contato com o responsável da empresa para explicações.
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