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EDITORIAL 1

Perseguição explícita

Em fevereiro de 2008, em um de seus atos truculentos, o atual Prefeito de Buriti tentou intimidar o mais novo movimento dos professores em defesa dos seus direitos ao transferir o professor Alex Borges, membro da comissão que representa o sindicato regional dos servidores no município e uma das lideranças do movimento, do povoado Vila da Pitombeira para o Baixão do Cedro, distante mais de 40 km da sede municipal.

A tentativa de desestabilizar o movimento não se limitou apenas ao professor Alex Borges. Outro membro atuante do grupo, o professor Ricardo da Zeneide também foi vítima do assédio moral instituído pelo secretário de educação quando o transferiu para o povoado Laranjeira.

O descalabro do secretário chegou ao ponto de ameaçar chamar a polícia (isso mesmo que você leu!) para expulsar de sua sala o professor Alex Borges. Nessa tentativa de fazê-lo calar por meio da força policial, o secretário faria uso de um dispositivo que lhe permitiria esconder o próprio rosto no momento oportuno de um debate cara a cara. É evidente que tal compostura reflete o desapreço desse governo municipal pela opinião pública e reforça as teses da neurociência, ao ter em seu secretariado mentes forjadas para uma existência pré - histórica.

Poderia tratar-se apenas de uma simples mudança, comum em alternância de poder nesse município, entretanto, a julgar pela atitude do secretário de educação, há uma tentativa explícita de dissimular seu verdadeiro propósito. Pela espantosa desfaçatez do secretário em revelar o motivo que induziu o prefeito a deslocar o professor Alex Borges para um povoado próximo de Chapadinha não restam dúvidas sobre má fé e o instinto vingativo da atual administração ao ter seus propósitos e objetivos mais espúrios sendo desmascarados por esse movimento sindical liderado pelos professores Alex Borges e Ricardo da Zeneide e que cada vez mais ganha simpatia e adesão dos demais professores e também da população buritiense.

Note - se, entretanto, que por trás dessas medidas toscas esconde-se o desejo de instituir uma fratura profunda no movimento recente que visa resgatar a valorização do servidor público municipal. Aliás, é necessário que se alerte para o oportunismo de pelegos interessados em prestar serviços bajulatórios através de outro sindicato de fachada, que, obviamente, não representa nenhum setor e muito menos contempla os interesses justos dos professores. A falta de representatividade de tal sindicato chega a ser risível, quando não se conhece seus dirigentes eleitos, nem quando houve eleição e muito menos ainda se sabe o endereço oficial dessa entidade.

A luta dos professores consiste em ter direitos cumpridos como, por exemplo, o acesso aos gastos dos recursos da educação, respeito ao estatuto municipal do magistério, pagamento adequado de abonos, destinação dos descontos do INSS, entre outras reivindicações. No entanto, como é de praxe de autoridades políticas locais não zelar pela transparência nos gastos, todas as vezes que uma voz tenta mostrar a verdade (só o conhecimento e verdade libertam) o poder executivo faz uso desse dispositivo arbitrário como forma de intimidação, que, na verdade, em última análise, trata-se ,nessa situação,de uma medida desesperadora do atual prefeito, tendo em vista que o seu método clássico de silenciar lideranças não funciona nem funcionará com a nova comissão do sindicato.

É importante agora que toda a categoria mantenha-se unida contra outras tentativas semelhantes de manipulação, principalmente porque não são os professores Alex Borges e Ricardo da Zeneide que estão sob ataque, mas sim, o direito de todo cidadão buritiense de conhecer a verdade.

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