*Por FÁBIO TAKAHASHI, do Jornal Folha
de São Paulo.
Os
adolescentes de famílias que recebem o Bolsa Família passam mais de série e
abandonam menos a escola do que os demais alunos, segundo estudo apresentado
nesta quinta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
Já
no ensino fundamental essas crianças têm uma taxa de aprovação levemente
inferior à média nacional.
De
acordo com os dados da pasta, tabulados a partir do Censo Escolar, os alunos do
ensino médio beneficiários do programa tiveram uma taxa de aprovação de 80%,
ante uma média de 75% no país, em 2011.
Esse
indicador mede quantos alunos passaram de série (ou seja, não repetiram nem
abandonaram a escola).
Já
no ensino fundamental, a taxa de aprovação dos beneficiários foi levemente
inferior que a média (84% e 86%, respectivamente). Considerando apenas o Norte
e Nordeste, porém, essas crianças mais pobres passaram mais de série que as
demais.
"Acho que nunca na historia do
mundo a gente teve um indicador social em que as crianças mais pobres fossem
melhores que a media nacional",
afirmou a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, em fórum
promovido pela Undime (entidade que
representa os secretários municipais de Educação).
A
ministra afirmou que ainda não há uma explicação definitiva para esses dados.
Uma hipótese, afirma ela, é que o programa impõe uma frequência às aulas maior do
que a legislação federal coloca para os demais alunos (85% contra 75%).
Mesmo
a desvantagem dos alunos beneficiários, no ensino fundamental, é comemorada
pela ministra. "Um pouquinho
inferior significa que não tem diferença entre as crianças pobres e as outras.
Sabemos que temos a melhorar, mas estamos no caminho certo."
A
família beneficiária do Bolsa Família deve ter renda per capita de até R$ 140.
A bolsa pode passar de R$ 300 mensais.
Considerando
apenas as taxas de abandono, os beneficiários do programa apresentam desempenho
melhor tanto no ensino fundamental quanto no médio.
Diretora
executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz afirma que os dados são "positivos e surpreendentes".
Cruz
diz que, de fato, a exigência mais rigorosa de frequência pode ser uma das
explicações para a situação. Com isso, afirma, diminui a reprovação por faltas.
"Os alunos em geral faltam muito
hoje no país."
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