Pular para o conteúdo principal

Mais sombrio que as Fake News, conheça o DEEP FAKE - A última fronteira tecnológica das notícias falsas


Softwares capazes de substituir um rosto por outro rosto em um vídeo: a última fronteira das informações falsas lança mão da AI (inteligência artificial). Em uma mídia digital cada vez mais invadida pelas fake news (informações falsas), aqui está a nova e tremenda ameaça à “realidade da informação”: o deep fake, os vídeos falsificados.

As fake news? Elas poderão em breve alcançar níveis olímpicos, cada vez mais sofisticados, com a introdução do deep fake, ou seja, a substituição dos rostos em um vídeo já existente graças a softwares extremamente avançados, guiados pela inteligência artificial. Trata-se de uma técnica já experimentada com sucesso no mundo do cinema pornô, onde fez várias vítimas entre as estrelas de Hollywood cujo rosto foi sobreposto ao de pornoatrizes em ação. Que poderá trazer esta técnica aplicada, por exemplo, ao debate político, para gerar vídeos de propaganda, incertezas, temores, falsidades, calúnias?
O QUE É O DEEP FAKE?
Há poucos meses, o popular site Mashable definiu o deep fake (que também se escreve deepfake, sem espaço) “a última crise moral da internet”, oferecendo uma definição tecnológica bastante atual do fenômeno: “Um novo tipo de vídeo com face-swap (troca de rostos) realista”. Para resumir, o redator explica que se tratam de elaborações baseadas em um software que busca um “terreno comum” entre dois rostos para, em seguida, “colar” um sobre o outro, de maneira dinâmica. Não se trata de uma fotomontagem, mas sim de um vídeo verdadeiro, e as imagens de base são claras e de boa qualidade tornando a metamorfose artificial praticamente perfeita. A tecnologia, relativamente fácil de usar, alimenta diversas comunidades cujos membros podem ser tanto técnicos experientes quanto aprendizes iniciantes. Eles dialogam, se confrontam, trocam experiências e produzem vídeos falsos (algumas dessas comunidades, como a Reddit, já foram banidas de diversas plataformas públicas, mas outras surgiram em todo o mundo, e o número delas prolifera sempre).
NICHOLAS CAGE, UMA DAS VÍTIMAS
Um dos vídeos deep fake mais famosos mostra o ator Nicholas Cage em papéis que ele nunca interpretou, e em muitos casos é difícil perceber a sobreposição de imagens – sobretudo se a pessoa não está ao corrente do que acontece. A qualidade dos resultados – pelo menos naquilo que diz respeito ao FakeApp, o mais conhecido programa de deep fake -, deve-se à boa qualidade desse software de inteligência artificial para alinhar uma imagem sobre a outra e fundi-las. O computador, na prática, faz uma análise de centenas de imagens tiradas de cenas de vídeos, identifica os rostos, analisa como eles são iluminados, quais expressões faciais e gestuais adotam, e outros detalhes. Quando ele “compreende” tudo aquilo que deve aprender a respeito dos rostos com os quais está trabalhando, utiliza esses conhecimentos para habilmente “costurar” um sobre o outro, sincronizando movimentos, expressões faciais e dos lábios.
Nestes tempos que começam a ser chamados de pós-verdade, repletos de lorotas, mentiras, fofocas e manipulação da informação através das redes sociais, as novas possibilidades oferecidas por esta tecnologia geram uma certa apreensão sobretudo nas áreas da política. Um dos temores é, naturalmente, que os especialistas em “propaganda e marketing” usem a tecnologia do deep fake para gerar vídeos comprometedores – ou, ao contrário, de absolvição – para vários crimes ou atos de delinquência, ou então para difundir mensagens que a vítima da vez certamente preferiria manter escondidas.
Lorotas: é preciso criar uma vacina contra as fake news
Há pouco tempo, o site BuzzFeed conduziu um “experimento” mostrando o vídeo de um discurso nunca pronunciado de Barack Obama. Em maio último, um partido belga produziu um vídeo falso de Donald Trump que dizias coisas absurdas a respeito da política climática da Bélgica. “Em ambos os casos – escreveu um analista do jornal The Economist – o vídeo estava ligeiramente desfocado e as vozes eram imitadas. Mas a tecnologia está melhorando rapidamente, e existem pesquisadores no campo da inteligência artificial que apostam no fato de que vídeo falsos possam ser exibidos nas redes sociais durante as próximas campanhas eleitorais norte-americanas. ”
O que dá credibilidade a essa visão do futuro imediato é exatamente o fato de que o deep fake usa algoritmos de aprendizado automático combinados com softwares de mapeamento facial, para a criação, a baixo custo (em termos de tempo de elaboração e de dotação de competências tecnológicas), de vídeos que modificam a identidade. Na prática, e dentro de certos limites, não é preciso ser um especialista para produzir um vídeo falso que possa passar por algo real: o software se encarregará de tudo, e de forma cada vez mais perfeita.
Em recente relatório, o Belfer Center (Harvard Kennedy School) tornou evidentes as implicações que essas falsas – e em geral o uso desregrado da inteligência artificial – poderiam ter sobre a segurança nacional norte-americana com a difusão de vídeos falsificados porém tão bem feitos que poderão passar por verdadeiros. “A criação avançada de suportes de áudio e de vídeo passa por um processo de rápido melhoramento quanto à qualidade e a redução dos custos: no futuro, os falsos gerados pela inteligência artificial porão à prova a confiança em muitas instituições”, diz o relatório.
COMO SE DEFENDER DAS FAKE NEWS?
Nos Estados Unidos, onde ainda ecoa o impacto causado pelo caso Cambridge Analytica (notícias falsas que teriam influenciado e distorcido as próprias últimas eleições presidenciais), o debate permanece aberto. Hany Farid, professor no Darthmouth College e pioneiro do sistema PhotoDNA (uma tecnologia usada para bloquear a pedopornografia) adverte que “ainda estamos décadas distantes de termos uma ‘tecnologia forense’ capaz de separar sem ambiguidades o verdadeiro do falso”. Se a ciência é ainda impotente, já surgiram aqueles que propõem uma intervenção legislativa com o objetivo de endurecer a legislação sobre difamação. Porém, aplicá-la às plataformas sociais ou a atores que agem fora dos limites geográficos interessados não parece coisa fácil.
A respeito, o site Mashable tem uma posição bastante clara: “Como acontece com muitas outras tecnologias emergentes, é possível que muitas das coisas que nos esperam ainda não estejam bastante evidentes para nós. Quando o Facebook entrou pela primeira vez nos campi universitários, poucos teriam apostado na sua rápida transformação em um ‘Golias multimídia’ potencialmente capaz de desestabilizar a democracia americana. Como as fake news que atingiram muitos usuários do Facebook, o deep fake encarna uma nova possibilidade de violar a realidade. A partir do momento em que qualquer clip vídeo pode ser um falso, por que acreditar que alguma coisa seja real? ”
 Do site Brasil 247

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

URGENTE - OPERAÇÃO POLICIAL MIRA DESARTICULAÇÃO DE GRUPOS CRIMINOSOS EM BURITI-MA

  M andados de prisão e de busca e apreensão estão sendo cumpridos na cidade contra envolvidos em tráfico e homicídios.  Operação da Polícia Civil foi realizada em Buriti — Foto: Divulgação/Polícia Civil     Uma grande operação policial foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (5) em Buriti-MA, na região Leste do Maranhão. Sob o comando da Polícia Civil, a ação cumpre 24 mandados de prisão e de busca e apreensão, visando desarticular grupos suspeitos de tráfico de drogas, homicídios e outros crimes violentos que têm causado preocupação aos cerca de 30 mil moradores da cidade.     A operação se concentra em diversos pontos do município, com foco no povoado Poço Verde, onde foram apreendidos mais de R$ 50 mil e armas de fogo. Até o momento, duas prisões foram confirmadas.     A mobilização policial faz parte de um esforço coordenado para combater organizações criminosas que ameaçam a segurança pública local.      O impacto das ações...

VIOLÊNCIA SEM FREIO EM BURITI-MA: Empresário é morto em assalto e escancara a insegurança no município

   Buriti-MA amanheceu em luto e indignação após mais um crime brutal. Na noite de ontem, sexta-feira 31/1, o empresário Antônio Carlos de Oliveira da Costa, 47 anos, foi assassinado durante um assalto em sua residência, no povoado Bezerra. Ele estava com o filho quando dois criminosos armados invadiram a casa exigindo dinheiro. A vítima foi baleada e morreu após ser socorrida. Momento da chegada da vítima ao hospital municipal - Foto: Reprodução.    O crime expõe a crescente sensação de insegurança na cidade. A Polícia Militar foi acionada, mas as buscas até agora não localizaram os criminosos. A violência vem se tornando rotina em Buriti, sem uma resposta eficiente das autoridades.    É urgente que o município tenha uma Secretaria Municipal de Segurança Pública com orçamento próprio, capaz de articular políticas de prevenção e combate à criminalidade. Medidas como patrulhamento ostensivo, videomonitoramento e investimento em inteligência policial e na Gua...

VICE-PREFEITO DE BURITI-MA E ESPOSA SOFREM ACIDENTE NA MA-034

   Na tarde desta quarta-feira, 4 de dezembro, por volta das 14h30, o vice-prefeito de Buriti-MA, Jenilson Gouveia, e sua esposa, Shirlyane Gouveia, se envolveram em um acidente na rodovia MA-034. O veículo em que estavam saiu do asfalto e colidiu violentamente com um poste, derrubando-o. Os airbags do carro foram acionados, evitando ferimentos mais graves. Shirlyane sendo socorrida por populares.    Em conversa com o editor-chefe do Correio Buritiense, Shirlyane Gouveia confirmou o ocorrido e revelou que estava dirigindo o veículo no momento do acidente. Ela explicou que tentou desviar de um buraco na pista, mas perdeu o controle do carro, o que resultou na colisão. Shirlyane chegou a desmaiar devido ao impacto.    O casal foi socorrido e encaminhado para atendimento médico em Chapadinha. Após avaliação, ambos foram liberados e já se encontram em repouso em sua residência, sem ferimentos graves.    A situação reacende o alerta sobre as condições ...