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ALÉM DA LUPA - P.A3 DO BARRO BRANCO. Por Benedito Ferreira Marques

                     P.A3 DO BARRO BRANCO

  A sigla P.A3 é um programa audacioso e inédito, a ser desenvolvido no povoado do Barro Branco, no município de Buriti (MA), que celebra, oficialmente, 85 anos como unidade federativa brasileira. Ocupará uma área de terras pertencente à Família FERREIRA MARQIES. P.A3 significa: PROGRAMA DE AÇÕES AFIRMATIVAS AMBIENTAIS. Esse programa compreende três espaços para três atividades. O primeiro espaço é uma sala que abrigará uma pequena biblioteca e um minimuseu rural. A biblioteca será composta de livros não didáticos de autores nacionais e será enriquecida com livros sobre meio ambiente e ecologia. Destinar-se-á ao público que aprecia leituras, seja da comunidade do povoado, seja da sede do Município de Buriti. O minimuseu será composto de instrumentos usados de trabalhos nas roças, que eram utilizados por agricultores familiares; também formado por utensílios domésticos e por arreios de animais de serviço. Tanto a biblioteca como o minimuseu têm o propósito de lembrar e valorizar as práticas do campesinato de outras eras, representando um caldo de cultura a ser preservado e enaltecido pelas atuais e futuras gerações.  Os arreios, que eram utilizados como algo normal e admitido como costume, são considerados, hoje, obsoletos e instrumentos de crimes ambientais, tipificados como maus tratos na “Lei de Crimes Ambientais”. Esses apetrechos poderão ser objeto de pesquisas de qualquer nível de ensino, porque representam uma época vencida no tempo. As ferramentas das roças foram substituídas por modernas máquinas e implementos agrícolas; os arreios utilizados nos animais assustam a quem não viu um cavalo, burro ou jegue com a barriga ensanguentada por afiadas esporas. Esses animais quase já não existem, porque foram substituídos por motos e, não raro, por pequenos veículos. O Centro Cultural HORO-MAR tem a proposta da revisitar a cultura no meio rural, onde se produziam alimentos típicos de agroindústria.

  O segundo espaço é uma área de mais ou menos 10 hectares não cultivadas e com algumas árvores que formam uma pequena floresta. Será destinada ao plantio de mudas de árvores frutíferas ou não que existiam nas chapadas buritienses, e que foram substituídas por extensos campos de soja. Serão bem recebidas as mudas de pequi, bacuri, cajuí, murici, ipê etc. Essa área será o lócus da RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL – RPPN – preconizada na legislação ambiental. Será desenvolvido o Projeto MOITA – HOROMAR. Estudantes, professores, pesquisadores, turistas, enfim, qualquer pessoa, da comunidade ou da cidade poderá doar e plantar mudas doadas.

O terceiro espaço será destinado à abertura da TRILHA ECOLÓGICA DR. PLÍNIO FERREIRA MARQUES, único agrônomo da família e que foi professor no curso de Agronomia na UEMA.  Servirá, inicialmente, para passeios e caminhadas de pedestres; depois, poderá ser utilizada por ciclistas.

   Essas ações afirmativas terão três virtudes fundantes: 1ª.- dar concretude mais efetiva à Campanha de Educação Ambiental encetada em Buriti, neste ano de 2023, constituindo-se o contributo da “Família FERRREIRA MARQUES; 2ª. - terão caráter de continuidade, porque não se encerram com apenas a sua implementação inicial; e 3ª. – têm sentido eminentemente preservacionista, em sua essência.

CONSERVAR A NATUREZA É NECESSÁRIO; PRESERVÁ-LA É DEVER CÍVICO


SOBRE O AUTOR


- Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (1967); cursos de Especializações (Direito Civil – Direito Agrário e Direito Comercial) e Mestrado em Direito Agrário, todos pela Universidade Federal de Goiás; Doutorado em Direito, pela Universidade Federal de Pernambuco; Professor de Direito Civil, na PUC-Goiás (1976-1984) e de Direito Civil e Direito Agrário (Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás /UFG (1980-2009). Advogado do Banco do Brasil (1968-1990). Diretor da Faculdade de Direito da UFG (2003-2005) e Vice-Reitor da UFG (2006-2010). Autor de livros jurídicos e não jurídicos (15) e de artigos científicos em revistas especializadas. Conferencista e palestrante em congressos, seminários e simpósios. Tem outorgas de títulos de “Cidadão Pedreirense” (1974), “Cidadão Goiano” (2007) e “Cidadão Goianiense” (1996), além de dezenas de medalhas de honra ao mérito. Pertence ao Quadro de Acadêmico-Fundador da Academia Buritiense de Artes, Letras e Ciências – ABALC, onde ocupa a Cadeira nº6, que tem como Patrono Plínio Ferreira Marques. Colabora com artigos e crônicas para o “Correio Buritiense”.

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