Coluna SEXTA DE NARRATIVAS - NA HORA DA NOSSA MORTE

No dia 06 pretérito, quando exercitava os meus serviços de condutor da minha esposa, recebemos a notícia do falecimento de um amigo da família, senhor José Marques do povoado Nova Esperança, conhecido popularmente pela alcunha de ZÉ MAGRO, cujo corpo estava sendo preparado por parentes e amigos no Posto Médico de Buriti para ser encaminhado a sua residência no interior. Andréa desceu próximo do mencionado Posto Médico e se juntou às pessoas que estavam cuidando do ataúde que saiu com destino a residência do pranteado José Marques uma hora depois. À tarde do mesmo dia rumamos para Barro Branco e Nova Esperança, para prestarmos nossas condolências à família enlutada.

Ao chegarmos na residência onde o falecido estava sendo velado nos dirigimos aos parentes mais próximo dele, incluindo a mãe, que em prantos interrogava ao Senhor nosso Deus, porque havia levado o seu filho. Outras pessoas tentavam conformar aquela senhora afirmando que a vontade de Deus tinha de ser respeitada pois o tempo de Vida é dele. Ouvi todas aquelas pessoas,  atento e calado todas as suas afirmações, com muito respeito, embora não concordasse, pois na verdade, o Senhor nosso DEUS nos dá a VIDAS, todavia cada um de nós tem um tempo para vivê-la de conformidade com as circunstâncias e acontecimentos. Uns vivem muito se são saudáveis, outros são acometidos de doenças fatais, dentre elas o Câncer ou são vítimas de acidentes ou de crimes brutais e morrem mais cedo. Como é comum nos velórios, no seio das famílias católicas, um terço, uma ladainha e o pedido a nossa Mãe Maria Santíssima e infalivelmente a Ave Maria, que na segunda parte contém o apelo: Santa Maria, Mãe de DEUS, rogai por nós pecadores, agora e na ora de nossa Morte, amém.

O escritor e poeta Mário Quintana, no seu poema Minha Morte Nasceu, assim define a vida: minha morte nasceu, quando eu nasci, despertou, balbuciou, cresceu comigo, e dançamos de roda ao luar amigo, na pequenina rua em que vivi. E prossegue dizendo que, tu que és a minha prometida, nem sei quando serão as nossas bodas, se hoje ou no fim de longa vida. Eu entendo que a Vida é dom de Deus e nós temos de vivermos cada dia, cada hora, cada minuto como se fosse o último, da melhor maneira que pudermos, pois, a VIDA é nossa. Nunca saberemos quando será o nosso último abraço, o nosso último beijo, a nossa última festa, o nosso último encontro, o nosso último Adeus. Sejamos bondosos sempre hoje na certeza de que amanhã, talvez. Estejamos atentos e implorando a nossa intercessora junto ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, que nos socorra NA HORA DA NOSSA MORTE.

SOBRE O AUTOR

- É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.

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