Eu nasci ao lado de um Rio caudaloso e de um Açude exuberante. Aprendi nadar com os peixes, com meu pai e com o meu amigo BABÁ, mais velho do que eu nove anos. Tornei-me amigo e admirador dos Rios por onde andei, primeiro do Rio Preto, depois do Rio Parnaíba e dos Rios MUNIM e Preguiça, nadando nos seus leitos e navegando em Barcos e Lanchas. Sempre me pareceram mansos e acolhedores. Meu pai sempre recomendava para não jogarmos lixos nem folhagens mesmo verdes no leito do nosso Rio Preto, pois causariam entupimento do seu leito e alagamento das casas próximas das suas margens.
Cresci e depois de concluir o Curso Primário em Buriti segui para a capital do nosso estado onde já existiam a Rádio e TV Difusora Canal 4 repetidora da Rede Globo. O ano era 1963 e eu já via notícias de Desastres causadas por enchentes de Rios em alguns estados ou de Chuvas torrenciais em Morros do Rio de Janeiro. Ficava assustado e comovido com as mortes de pessoas e de animais ocasionadas por essas enchentes, instantaneamente lembrava dos conselhos do meu Pai: não joguem lixo e nem mesmo folhas verdes no leito do rio. Hoje já com um CAMINHAR TERRENO, graças ao Senhor nosso Deus, bem longo, vejo ocorrer tragédias praticamente todos os anos e os comentários desonestos de que os culpados são os Rios. Desonestos e inconsequentes.
Os culpados são os Humanos que constroem prédios comerciais ou residenciais próximos à Rios, despejam dejetos nos seus leitos, muitas vezes empresas que trabalham para o Poder Público no recolhimento do lixo das cidades despejam toda a sujeira recolhida no leito ou nas margens dos Belos rios à vista de todos nós, que inertes ou acovardados esperamos para chorar as mortes como a de um bebê cuja imagem eu vi ontem, mais dolorida ainda pelo lamento de um voluntário já exausto, chorando copiosamente por ter buscado salvar aquele bebê lindo e disse em pranto: este foi o último que consegui resgatar mas sem vida, não tenho mais força, é muita dor, estou indo para minha família.
Gostaria que as lágrimas, o esforço daquele voluntário, o seu lamento de dor e as minhas lágrimas neste momento em que escrevo este texto, toquem as mentes, as almas e os corações de todos os que me leem e os tornem combatentes contra os agressores dos nossos Rios com suas más anões e não os culpe-os, Deixem-os passar, o Caminho é deles, e é só o que eles pedem num lamento pelas inúmeras mortes : EU SÓ QUER PASSAR!
Sinceramente não quero mais Ser EU, OS RIOS E OS DESASTRES.
SOBRE O AUTOR
- É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.
HIPÓCRITA.APOIA UM DESTRUIDOR DOS RIOS, LAGOS,LAGOAS E O MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO DE BURITI.
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