Durante todo o meu Caminhar
terreno até hoje, convivi com a tristeza, as lágrimas, o choro doloroso e o
sofrimento dos parentes e amigos daqueles que falecem ou morrem. Ainda criança
assisti a morte de tia Hortênsia, no povoado Carranca, bastante idosa e foi uma
experiência que me permitiu perceber o tamanho da dor sofrida por aquele que
morre, tal as contorções os gemidos e a luta para não ser vencido pela Morte,
que o meu amigo ZÉ LOURA, um sábio Caboclo denominava de Madrinha Santa Morte. Na
época eu não entendi a parte santa que o meu amigo URUMBERVA se referia. Depois
de adulto e já com uma formação estudantil avançada, lendo algumas passagens
bíblicas e participando de funerais, fui entendendo um pouco do mistério da
morte.
Para os Cristãos Católicos, a
morte significa Caminhar ao encontro da eternidade, isto é, a vida não é tirada
e sim transformada. É uma perspectiva extraordinária. Os grandes homens e mulheres de fé
contemplaram muito esta realidade. Os
evangélicos entendem que a morte é um fenômeno natural que acontece apenas uma
vez. Ao morrer, o corpo é separado do espírito que volta para Deus, enquanto a
matéria vira pó. Jesus Cristo afirmou aos seus discípulos que todo aquele que
crer no meu Pai, não morrerá, mas terá vida eterna e subirá ao Reino do Céu.
Diante dessa promessa do
Divino Mestre, teríamos de não chorar a morte dos que partem, todavia, ainda
que tenhamos fé, somos humanos, somos frágeis e amamos os nossos entes
queridos, parentes ou amigos de modo tão profundo que no instante em que vemos
um deles inerte para sempre na terra, é impossível conter a emoção e as
lágrimas da despedida ainda que acreditemos num reencontro no Jardim Celestial,
porque queremos viver bem mais aqui na terra, com todos as dores e sacrifícios.
Neste exato momento, estou
com a visão turva em decorrência das lágrimas que derramei junto ao corpo
inerte do meu amigo dileto JOSÉ DEUSANIRO DE FARIA FREITAS, que faleceu ontem,
uma AMIZADE que durou 66 anos ininterruptos. Após eu voltar a morar na minha
Buriti querida, o meu cotidiano foi entremeado de cumprimentos calorosos de bons
dias, de breves conversas, de sorrisos e de abraços eloquentes quase diários
entre eu e ele, acompanhados da afirmação recíproca de EU O AMO. É para VOCÊ
esta Crônica meu AMADO AMIGO DEUSANIRO, porque a MORTE não é um Fenecer, É VIDA.
SOBRE O AUTOR
- É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.
Já estava com saudades de suas palavras bem traçadas no entanto essas me fez sentir o aperto da partida sem retorno que um dia passaremos.Estamos em uma fila, essa é a verdade, fila essa que ninguém quer furar.
ResponderExcluirSempre AGRADECIDO a VOCÊ meu conterrâneo e Amigo Anônimo pelo carinhoso gesto da Leitura deste texto !
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