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Coluna CRÔNICAS DO MEU CAMINHAR - SER FELIZ , UM DETALHE APENAS

    

Estamos vivendo a estação chuvosa, que os Sertanejos também conhecidos como Lavradores denominam de INVERNO. Quando caiam as Águas das primeiras chuvas, o meu pai agradecia a DEUS e ordenava a mim e ao meu irmão Wilson que fôssemos chamar os seus compadres e amigos trabalhadores para uma reunião objetivando o começo do plantio dos legumes nas roças, fonte de fartura para o ano seguinte. Era uma conversa animada e cheia de esperanças numa boa safra se o inverno fosse bom, chuvoso dentro de uma normalidade, rios e riachos cheios sem dilúvio.

    Após a discussão dos planos para o plantio, umas duas Rodadas de Tiquira para animar a todos, meu pai tomava também duas doses e fumava um cigarro marca Astória fabricado pela Companhia de Cigarros Souza Cruz. Final da reunião eu notava um sinal de felicidade envolvendo todos eles. Ontem choveu aqui na minha Buriti querida no final da tarde e início da noite, uma chuva suave, sem trovoadas e nem relâmpagos. Fui dormir mais cedo estimulado pelo frio natural, gostoso e sadio.

   Acordei mais cedo hoje e antes do café me veio à mente uma música que aprendi a cantar na minha JUVENTUDE: "Eu Acordei Chorando, que triste estava o dia, Vida Minhaaa! Estava eu Sonhando, que tua não me Querias, Vida Minhaaa. Porém logo quando tu chegastes, Saiu o Sol, Minha Tristeza apagastes quando disseste que eu era o dono do teu coração!" Olhei para a mesa de refeições e junto à Garrafa Térmica, na minha infância era o Bule, estava um prato com Bolo frito no Azeite de Coco. Sorrisos e Agradecimentos à minha Esposa. Tomei café QUÍ NEM UM PÁDI, como diziam os meus Compadres lá da minha Laranjeiras. Tudo o que vivi e me agradou foi assim, uma centelha iluminando um instante, um momento inesquecível e prazeroso. 

     Sou leitor desde menino e criei este hábito vendo meu pai que foi professor e depois lavrador, todavia nunca abandonou a leitura. Se caísse um papel no chão na sua frente e tivesse algo escrito, ele o apanhava e o lia. Um certo dia e o surpreendi dizendo-lhe, papai, eu admiro muito o senhor por ver que o Senhor mesmo um Lavrador nunca esqueceu de continuar lendo muito! Ele baixou a cabeça por um instante e quando a levantou eu notei os seus olhos marejados de pranto. Abraçou-me e disse: você é muito observador meu filho. Puxou-me pelo braço e me pôs no seu colo e disse, vou recitar um versinho e começou: " " Um Livro aberto parece, Uma Ave quer voar, quem Lê reza uma Prece ao Saber Santo do Altar ". Leia sempre e você verá como é muito útil. Mais uma vez, senti-me feliz.

    Hoje lendo escritos meus vi a afirmação "Às vezes, o menor detalhe é aquele que te   faz feliz " e deparei-me também  com Albert Einstein filosofando ": Se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas  nem às coisas". Descobri finalmente que SER FELIZ, É UM DETALHE  APENAS.


SOBRE O AUTOR

- É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.

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