RENDA MÉDIA EM BURITI-MA É DE APENAS R$ 1.237,55: TRABALHADORES SOFREM COM CONTRATOS PRECÁRIOS E DESIGUALDADES
O município de Buriti-MA, população estimada em
30.866 habitantes, enfrenta um cenário preocupante quando o assunto é renda. De
acordo com o Censo Demográfico 2022 do IBGE, a renda média da população é de R$
1.237,55, mas os dados revelam uma peculiaridade: em Buriti, as mulheres ganham
mais que os homens. Enquanto a média feminina é de R$ 1.397,89, a masculina é
de R$ 1.159,67.
Apesar desse aparente avanço para as mulheres,
a média geral continua baixa quando comparada ao salário-mínimo atual, de R$
1.518,00. O problema se agrava com as recentes leis municipais de contratações
temporárias e voluntárias, assinadas pelo prefeito de Buriti André Gaúcho.
Essas normas, em vez de garantirem estabilidade, abriram espaço para vínculos
frágeis e rendimentos ainda menores. Muitos trabalhadores estão recebendo
apenas R$ 800,00 por mês, valor abaixo do mínimo legal e também da própria
renda média local.
Essa política de contratação precariza o
serviço público, pressiona a renda dos trabalhadores e empurra ainda mais
famílias para a vulnerabilidade econômica, em um município que já convive com
altos índices de informalidade e baixos salários.
Formalidade
e exceções
Em 2022, o salário médio dos trabalhadores
formais buritienses foi de 2,7 salários mínimos (cerca de R$ 3.500,00 à época),
mas apenas 1.381 pessoas estavam inseridas em postos de trabalho formal. Fora
dessa pequena parcela, predomina a informalidade, responsável por puxar os
rendimentos para baixo.
Um contraponto é o magistério municipal:
professores concursados têm salários que variam de R$ 3.676,60 a R$ 7.432,72
(20h semanais), valores que destoam positivamente da realidade geral do
município.
O
“pendão” como alternativa de renda
Diante da falta de oportunidades locais, muitos
trabalhadores buritienses viajam para estados do Centro-Oeste e Sul para atuar
no despendoamento do milho, conhecido como “pendão”. Lá, recebem cerca de R$
1.710,00 por mês, para jornadas de 44 horas semanais, com possibilidade de
ganhos maiores conforme a produtividade. Ainda assim, trata-se de um salário
que pouco se afasta da renda média local e que exige deslocamento, sacrifício
familiar e condições de trabalho exaustivas.
Comparação
regional e nacional
A disparidade fica ainda mais evidente quando
se observa o recorte regional divulgado pelo IBGE em 2022. O Centro-Oeste
liderava com rendimento médio de R$ 3.292, seguido pelo Sul (R$ 3.190) e o Sudeste
(R$ 3.154). Já o Norte registrava R$ 2.238, e o Nordeste, onde se encontra
Buriti, apresentava a média mais baixa do país: R$ 2.015 — apenas 70,7% da
média nacional.
Além disso, entre pessoas ocupadas de 14 anos
ou mais, os homens tinham rendimento 24% superior ao das mulheres no Brasil: R$
3.115 contra R$ 2.506. Ou seja, o caso de Buriti, em que as mulheres aparecem
com rendimento médio maior, foge à regra nacional e pode estar relacionado à
concentração feminina em setores públicos ou atividades específicas que
oferecem remuneração um pouco mais alta.
Ainda em 2022, 520 municípios brasileiros
tinham renda média abaixo de 1 salário mínimo, enquanto apenas 19 ultrapassavam
quatro salários mínimos. No topo da lista de maiores rendimentos estavam Nova
Lima (MG), São Caetano do Sul (SP) e Santana de Parnaíba (SP). Na outra ponta,
municípios do Maranhão, Piauí e Bahia figuraram entre os menores.
O
desafio buritiense
Em Buriti, os números mostram um quadro
complexo: professores concursados com salários valorizados, poucos
trabalhadores formais com rendimentos médios de R$ 3.500, um grande contingente
preso à informalidade e outros submetidos a contratos precários de R$ 800,00. O
contraste entre a renda média local e as médias regionais do país revela a
urgência de políticas que garantam emprego formal, salários dignos e
oportunidades reais para homens e mulheres.
Buriti precisa enfrentar o desafio imediato de
tirar sua população da informalidade, rever políticas de contratação que
fragilizam os rendimentos e abrir espaço para um desenvolvimento econômico que
contemple toda a comunidade.
Além de um salário baixo, muitos funcionários estão sendo humilhados. É só investigar os funcionários no posto de saúde do bacuri.
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