EDUCAÇÃO EM BURITI-MA VIVE NOVA CRISE: GESTÃO ANDRÉ GAÚCHO CORTA GRATIFICAÇÕES DE PROFISSIONAIS EFETIVOS
A
folha de pagamento de novembro de 2025 trouxe uma surpresa amarga para
servidores da rede municipal de educação de Buriti: o não pagamento das
gratificações a professores efetivos, vigilantes, motoristas, AOSD, coordenadores
e outros profissionais. A denúncia foi levantada pelo jornalista Aliandro
Borges, editor do blog Correio Buritiense, que ouviu servidores e
analisou comprovantes salariais, constatando reduções que chegam a impactar
mais de R$ 1.300 por trabalhador.
Entre
os casos mais graves está o dos vigias escolares, que perderam a gratificação
de 50%, o que representa, na prática, metade do salário mensal. Professores e
outros servidores tiveram cortadas horas-extras, afetando diretamente a renda
familiar. Os prejuízos variam entre R$ 700, R$ 800, R$ 1.000 e R$ 1.300 na
folha de novembro.
Corte de direitos apesar de
decisão judicial
Em
março de 2025, a gestão municipal — sob o comando do prefeito André Augusto
Kerber Introvini, conhecido como André
Gaúcho, editou o decreto nº 018/2025 suspendendo todas as gratificações dos
servidores, sob a justificativa de dificuldades financeiras devido a supostos
bloqueios de repasses.
No
entanto, o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Buriti
(SINTASP/MB), ao tomar conhecimento da medida por meio da reportagem do Correio
Buritiense, impetrou imediatamente mandado de segurança com pedido de tutela de
urgência. A Justiça concedeu liminar que suspendeu os efeitos do decreto no que
tange às gratificações e demais vantagens previstas em lei aos servidores.
Ou
seja: oficialmente, o corte foi declarado ilegal, a liminar reconheceu que um
decreto municipal não pode suprimir direitos garantidos por lei em razão do
princípio da legalidade.
Recursos abundantes e
contradição da gestão
Chama
atenção o argumento da gestão de que não haveria recursos financeiros
suficientes para manter o pagamento das gratificações, quando dados
orçamentários mostram o contrário. Segundo levantamento deste Correio
Buritiense, de janeiro a novembro de 2025 já teriam entrado nos cofres do
município cerca de R$ 76,8 milhões. Somente no primeiro mês da gestão foram
repassados cerca de R$ 12,5 milhões, e entre outubro e novembro houve depósitos
que ultrapassaram a marca de R$ 12,8 milhões.
Com
esses dados, torna-se difícil sustentar a justificativa de déficit: se há fluxo
financeiro, a suspensão do pagamento configura, no mínimo, má gestão de
prioridades e recursos públicos.
Persistência das
irregularidades — e silenciamento da gestão
Mesmo
com a decisão judicial que proibiu o corte das gratificações, a gestão
municipal, por meio da secretaria de Educação, suspendeu os pagamentos, sem
prestar esclarecimentos públicos. Esse silêncio e a manutenção da medida
representam desrespeito aos servidores e às normas legais.
Diante
de tais fatos, é urgente que: O prefeito André Gaúcho e a secretaria de Educação Cleane prestem contas
de forma clara sobre os motivos para realização dos cortes, mesmo após a
decisão judicial e que sindicato e as instâncias competentes avaliem
medidas coletivas, inclusive judiciais, para garantir a recomposição dos
valores devidos e a reparação dos prejuízos sofridos.
Outro
lado
Durante
a apuração das informações, blog ouvi uma fonte ligada à Secretaria Municipal de Educação que explicou,
sob condição de anonimato, alguns pontos sobre os cortes e reduções de valores
que atingiram profissionais da rede municipal.
Segundo
a explicação, não teria ocorrido corte definitivo das horas extras, mas sim um adiamento
do pagamento referente ao mês de novembro. E que muitos foram chamados à semed individualmente
para explicar essa situação de pagamento.
Já em
relação às gratificações, a fonte afirmou que apenas o pessoal lotado na SEMED,
como coordenadores, teve redução temporária. Quem recebia 50% de gratificação
passou a receber 25%.
Sobre
os vigias, a fonte reconheceu que houve um “erro” no pagamento, resultando na
redução indevida da gratificação de 50%. Disse que o valor será corrigido no
mês seguinte, retornando ao percentual integral.
A
fonte ainda destacou que, embora o município tenha recebido, de janeiro a
novembro, cerca de R$ 76 milhões do Fundeb, a previsão orçamentária não se
confirma integralmente na prática, pois o montante efetivamente repassado varia.
Segundo esse relato, a incerteza sobre o que ainda faltaria a ser creditado ao
município do fundeb teria contribuído para a adoção das medidas temporárias de
contenção.

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